Cobli Labs 2.0 — Discutindo as possibilidades da logística e da mobilidade

Nessa terça-feira, realizamos o Cobli Labs 2.0, nosso segundo evento de logística e mobilidade. Reunimos representantes desse mercado em constante crescimento para fomentar a discussão sobre as possíveis evoluções tecnológicas e elevar o desenvolvimento para o próximo nível. Nomes como Paulo Oliveira, da Scambo Consultoria, e André Prado, CEO da BBM, apresentaram ideias de boas práticas na gestão de frotas e na implantação da logística nas empresas. Figuras como Paula Nader, CMO da Grow (holding que une a Grin e a Yellow), Andrés Bilbao, cofundador da Rappi, e Tami Lin, da MoObie, contaram como gerem seus negócios inovadores em um país tão cheio de nuances como o Brasil.

Renato Sabato, nosso vice-presidente de desenvolvimento de negócios, deu a partida no evento, explorando um pouco do nosso negócio: temos 30 milhões de veículos na América Latina e apenas 4% estão conectados online. Se olharmos para os Estados Unidos essa parcela sobe para 50%. “Não temos visibilidade alguma dos nossos veículos, eu despacho um caminhão e rezo para ele chegar”, brinca Renato.

Por esses fatores, a cadeia de produção acaba tomando o que chamamos de decisões sub-ótimas. Os gestores de frota não estão atingindo seu melhor, mas isso pode ser mudado. Com mais visibilidade, é possível fazer rotas melhores, servir melhor seus clientes e aprimorar o trânsito como um todo. Nós fazemos justamente isso: conectamos os veículos de forma simples. “A empresa que tiver esse serviço em mãos vai expandir mais rápido, ganhar mais mercado e fazer sucesso frente seus concorrentes”, diz Renato. A partir do momento que o cliente se conecta, ele consegue  fazer uma série de coisas: saber onde os veículos estão, como o motorista dirigiu, quanto combustível ele gastou…

As possibilidades da micromobilidade e do last-mile

Renato deu espaço para Paulo Oliveira, da Scambo Consultoria, que apresentou a temática da multimodalidade no last-mile. Como ele mesmo coloca, esse é um nome bonito para o que já vemos nas ruas: novos modelos de modais  que chegam onde automóveis não chegam — aqueles “últimos quilômetros” do trajeto mesmo.

Há muitas soluções surgindo e cada uma é viável à sua maneira. Há a bicicleta, o patinete, o crowdshipping, os veículos controlados remotamente…

Mas como escolher qual opção de mobilidade é a ótima para o seu cenário?

Segundo Paulo, não tem mágica, só números. O problema é que, ao aumentar as variáveis disponíveis, a conta vai ficando mais difícil.  “A equação da logística está mais complexa. Além de considerar prazos e custos e outros requerimentos que o cliente possa querer, há muitas outras formas de entrega pelas quais podemos optar”, afirma Paulo. É aí que entra a digitalização de alguns processos, para que os números tornem-se mais visuais. “Sem isso, ainda somos razoavelmente bons. E isso não garante crescimento”, diz.


André Prado, CEO da BBM
lembra dos millennials e como essa geração vem mudando paradigmas de comportamento, tanto como consumidores quanto como colaboradores de uma empresa. E o mercado precisa se mover junto, trazendo inovação aliada à tecnologia. E é preciso medir os impactos dessas mudanças — até para mostrar para quem é contra como as coisas estão indo.

Para ele, essa tecnologia toda precisa trabalhar para que o homem decida cada vez menos. “Precisamos trabalhar com relacionamento e processos, porque a nossa capacidade de fazer conta é limitada. Deixa isso na mão do computador”, diz. Assim surgirão soluções melhores para todos.

Nesse cenário, Paulo comenta a sociedade está se movimentando para comprar cada vez menos veículos e mais serviço de locomoção. E, se há um desejo de diminuir o transporte privado, não se pode ficar sentado esperando acontecer. “Precisamos que todos pensem juntos. Tecnologia, iniciativa privada, iniciativa pública e universidades. É preciso uma ação sistêmica para melhorar a eficiência geral. Vamos conectar os pontos!”, afirma.

Uma ideia muito boa pode não ir para frente se não conversar com outros modelos alternativos, é preciso compartilhar e testar. Mesmo que se encontrem obstáculos no caminho, legislações que ainda não permitem um tipo de atividade, ou dificuldades de operação, isso se arruma com o tempo. “O fiscal e o legal é corrigido com o tempo”, diz.

Cobli Labs 2.0 discute mobilidade e logísticaAs oportunidades concretizadas

É aí que entram players como Paula Nader, da Grow, e Andres Bilbao, da Rappi. Eles estão a frente de empresas inovadoras que ganharam um tamanho de mercado gigantesco nos últimos anos. Eles falaram sobre como pensar em novas formas de negócio e acreditar em novos tipos de mobilidade pode fazer a diferença para um negócio.

Citando o manifesto da micromobilidade, texto famoso na internet, Paula falou sobre como as pessoas estão sentindo a necessidade de repensar as cidades e a forma como nos locomovemos dentro dela. “No início, queríamos mover pessoas de um jeito mais fácil e nos perdemos no meio do caminho. No desenho do fluxo viário, as pessoas foram parar em segundo plano. Agora, pensamos em veículos pequenos e leves. Assim, voltamos a pensar em mover pessoas”, afirma.

Como e por que a Yellow, a Grin e a Rappi dão certo?

A prova está no crescimento da empresa. De acordo com os gráficos que Paula mostrou, a Grow teve uma adesão 30% mais rápida que a Lime (uma empresa de aluguel de transportes com sede nos Estados Unidos), que já tinha crescido 50% mais rápido que a Uber. “É uma mudança cultural e de comportamento. Demorou quase 10 anos para que as bicicletas atingissem 35 milhões de viagens. Em um ano, o patinete fez 80 milhões. As pessoas não aguentam mais demorar horas para ir e vir”, diz.Cobli Labs 2.0 discute mobilidade e logística

O usuário fica feliz porque está conquistando de volta algumas horas do seu dia e porque não está usando um veículo que polui. As pessoas aproveitam e interagem mais com a cidade, de uma forma diferente do que era alguns anos atrás. Com mais tempo em suas mãos, eles podem escolher o que fazer. No caso de Andrés, isso permite que ele curta mais o conforto do seu lar. “Mobilidade para mim é não sair de casa”, brinca o colombiano.

Ele enxerga a Rappi como um negócio que conecta as cidades onde atua. De um lado estão restaurantes, supermercados e lojas. Do outro estão os clientes que precisam daqueles produtos e os entregadores que querem fazer um dinheiro. Aliás, Andrés mostrou que de segunda a sábado, o serviço do Rappi segue um gráfico sem grandes picos — com alguns aumentos no almoço e no jantar, claro. Mas, de domingo, tudo muda de figura. Das 9h às 22h, a movimentação é gigantesca. “Ninguém quer fazer nada de domingo. Esse é o momento em que todo o nosso time tem que estar trabalhando”, conta.

Com cada vez mais opções para fazer esses serviços, mais pessoas podem se beneficiar da rapidez e da variedade de entregas. É aí que Rappi e Grow acabam se retroalimentando. Alguns entregadores preferem usar veículos mais rápidos, por exemplo. Um patinete pode ser uma boa saída. Além disso, é possível desbloquear um patinete Grin usando o aplicativo da Rappi. “Criamos valor para parceiros”, diz Paula. Assim se criam oportunidades e se testam novas ideias.

Novas releituras para o uso dos carros

Para André Prado, da BBM, mesmo em momentos de estagnação econômica, como o que o Brasil vem vivendo, o segmento de logística segue crescendo, mudando constante e rapidamente. “O volume de logística no mundo vai triplicar até 2050 – vai ter emprego para todo mundo. Mas as coisas vão mudando, a tendência é que a indústria fracione o produto e entregue direto para o cliente”, afirma Prado.

Além disso, em um futuro bem próximo, cadeias de serviços serão mais importantes do que as industriais. “Segmentação é a chave do sucesso. O cliente não quer mais um Ford T, ele quer o estilo, a experiência”, afirma.

Cobli Labs 2.0 discute mobilidade e logística

Carsharing: um novo segmento para o negócio de carros

Quem vem surfando essa onda é Tamy Lin, fundadora da MoObie. Pensando em novas formas de nos movimentamos pela cidade, ela criou um aplicativo que funciona como um Airbnb para carros, oferecendo o aluguel de um automóvel que fique ocioso.  É o que chamamos de “carsharing”, ou compartilhamento de carros, em português.

“Temos mais de 50 milhões de carros particulares estacionados mais de 90% do tempo”, conta Tamy. A empresa aluga os veículos ociosos de pessoas físicas por meio de diárias e desafoga parte da burocracia. É uma forma de aproveitar melhor o que cada um já têm dentro da sua garagem e oferecer alternativas rápidas para pessoas que precisem se locomover mais rapidamente, ou levando algum tipo de carga.

Esse segmento ainda é pouco explorado mundo à fora e, por isso, a MoObie se destaca entre as cinco maiores empresas do momento, ao lado de algumas americanas e europeias. Para Tamy, o Brasil é um grande polo de inovação de mobilidade. “Somos o país das dificuldades geográficas e políticas. Isso nos força a sermos inovadores”, diz. “Isso se junta com a abertura do brasileiro a ideias inovadoras e que facilitem suas vidas”.

A Cobli como um conector de pontos

Em meio a toda essa discussão, nós da Cobli nos colocamos à disposição das empresas que querem aproveitar mais a tecnologia e digitalizar seus processos para que possam encontrar meios de evoluir seus negócios. Se nós forcarmos em resolver os problemas com a logística, você pode se dedicar mais a estratégias de crescimento.

Por isso também queremos fomentar essa conversa em eventos como o Cobli Labs e também no nosso blog. Buscamos unir empresas cujos negócios conversam e encontrar novas formas de fazer negócios rentáveis para todos. “Eu aprendi muito nesse evento. Empresas muito diferentes trouxeram insights interessantes que vão ajudar a gente daqui pra frente nessa jornada de aprendizado para implementar novas tecnologias. Assim todo nosso ecossistema pode se tornar cada vez mais eficiente”, afirma Rodrigo Mourad, sócio da Cobli.

Que estar sempre por dentro do assunto? Pode confiar na Cobli para te informar sobre logística e mobilidade. Conheça nosso site e fique de olho no nosso blog.

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