Management 3.0 (ou Gestão 3.0, em português) é, nada menos, do que um conjunto de metas e ações que colocam o funcionário como principal foco e centro da sua empresa.
Mas o que isso quer dizer? É simples!
Se todos os funcionários entenderem que o local onde trabalham é benéfico para eles (tanto financeira quanto pessoalmente), os resultados aparecerão e trarão crescimento para todo mundo.
Parece um pouco ilusório né? Ainda mais no meio de uma crise, em que se pensa mais em dicas de como vender do que em fazer mudanças internas.
Mas vamos mostrar que, na verdade, é tão concreto que talvez você devesse pensar em aplicar esse método na sua empresa.
Por que Management 3.0?
Uma das melhores formas de entender o Management 3.0 é dar alguns passinhos para trás. Dois, mais especificamente.
O conceito de Management 3.0 foi criado pelo holandês Jurgen Appelo.
Em 2010, ele publicou um agora-aclamado livro chamado, olhe só,”Management 3.0”, com o longo subtítulo: “Leading agile developers, developing agile leaders” (ou “Liderando desenvolvedores ágeis, desenvolvendo ágeis líderes”, em uma tradução não oficial.)
Na publicação, Appelo crava que a história da gestão de pessoas pode ser divida em três fases.
A primeira, como você pode imaginar é a…
Management 1.0
Appelo chama de um ponto zero as gestões criadas no começo do século passado… e que continuam aparecendo na maioria das empresas mundo afora.
Neste sistema, pouca gente manda — e quem está entre estes encarregados detém praticamente todo o poder da empresa.
Em um esquema conhecido como “top down”, ou seja, “de cima para baixo”, quem está no comando (gerentes, CEOS, acionistas majoritários) manda, e cabe a todo resto obedecer.
Isso causa automaticamente uma desmotivação de parte dos funcionários.
Eles percebem que não têm poder de decisão e não fazem muita questão de pensar em como aquele ambiente pode melhorar.
Ao mesmo tempo, os profissionais em papéis de poder se sentem mais pressionados, já que toda e qualquer tomada de direção cairá sobre seus ombros.
Logicamente, toda essa hierarquia também aparece no bolso.
“Para compensar os riscos das posições de poder, os executivos mais poderosos são agraciados com bônus que, em muitos casos, tem mais efeitos sobre a vida monetária da empresa do que os próprios resultados dela”, afirma Appelo, no livro.
Alguns pesquisadores entenderam que isso poderia trazer malefícios para a vida empresarial.
E algumas medidas foram criadas, nos levando à…
Management 2.0
Para Appelo o modelo de gestão 2.0 é aquele que trouxe um ar de novidade para o mundo da administração.
Práticas como os Seis Sigma, a Teoria das Restrições, ou a Gestão da Qualidade Total, que procuram organizar o mundo empresarial, e dão dicas de como gerenciar funcionários em busca de resultados mais rápidos.
O problema, de acordo com o holandês, é que essas técnicas são apenas floreamentos. Elas não resolvem o grande problema do modelo 1.0: a hierarquia.
No livro, Appelo chama os conceitos 2.0 de “modas passageiras”, e crava que elas não serão responsáveis por sanar as demandas do mundo industrial atual.
Por isso (claro), ele desenvolveu o…
Management 3.0
Appelo esclarece que, para ele, a palavra chave aqui é “complexidade”.
O mundo do século XXI é inevitavelmente complexo.
Isso porque empresas são formadas por diversas pessoas, com suas próprias histórias. E são essas pessoas que definem o sucesso de uma marca.
Não importa quão truncado e rígido é seu regulamento.
Para Appelo, se as relações entre as pessoas que trabalham com você não funcionarem, sua empresa inevitavelmente falhará.
E como fazer essas relações darem certo? Você precisa dar poder a todas as partes.
Como adotar o management 3.0?
Calma não é nenhum monstro de sete cabeças. Diríamos que está mais para um monstro de seis olhos.
Para explicar como colocar suas medidas em prática, Appelo criou um simpático ser extraterrestre: Martie, um monstrinho com seis grandes glóbulos oculares:
A ideia é tão boa quanto literal: cada olho de Martie representa uma visão que Appelo considera fundamental para que sua empresa funcione de forma ágil e moderna.
Energize pessoas
Não deixe seus funcionários caírem na mesmice. É super importante que dentro da sua empresa todos se sintam motivados e sejam constantemente ativos.
O papel do gerente deveria estar mais presente em criar esse tipo de situação, do que em vigiar e punir.
Empodere equipes
Você precisa confiar em quem trabalha para você. Permita que seus funcionários se organizem e tomem decisões.
Papéis de gerência e poder, então, perdem a importância? Muito pelo contrário.
Aqui os chefes ganham um papel cujo valor é inestimável: o aconselhamento. Seus funcionários devem saber a quem recorrer em momentos de dúvida.
E administradores podem ajudar grandes ideias virarem grandes feitos.
Alinhe as restrições
O tópico acima não significa que todo mundo pode fazer o que bem entender.
É bem importante deixar claro qual é o objetivo a função de cada equipe da sua empresa.
Um dos jeitos de fazer isso é pondo em prática o método SMART (bem explicadinho nesse texto linkado).
Ou seja, se pergunte: É simples? Mensurável? Realizável? Relevante? Tem um tempo limite para se concretizar?
Se a resposta para qualquer uma das perguntas for “não”, então volte para a organização, antes de colocar as equipes na ativa.
Desenvolva competências
Não dá para imaginar que seus funcionários serão simplesmente bons em tudo que propõem — ou mesmo no que você propor a eles. É importante, então, ajudá-los a ser.
Papéis de chefia são fundamentais para que seus funcionários desenvolvam essas habilidades desejadas.
Conselhos e treinamentos são indispensáveis.
Também é importante que as áreas sejam constantemente avaliadas em tópicos como Qualidade, Tempo e Valor — para que você e os participantes de cada tarefa entendam quais habilidades precisam, de fato, desenvolver.
Para isso, vale checar alguns Indicadores de desempenho logístico.
Cresça a estrutura
Tenha em mente que ter esse sistema de equipes auto-chefiadas estão em constante mudança e podem pedir um aumento de tamanho conforme a demanda.
É importante, no entanto, ter em mente que equipes muito grandes podem fazer com que alguns membros não se sintam necessários/integrados.
No fim, o crescimento dessas equipes mostram que a empresa, como um todo, está preparada para subir de nível.
Melhore tudo
Sempre foque em aprimorar todas as áreas da sua empresa: funcionários, equipamentos, metas, equipes e, principalmente, os fracassos.
É inevitável que alguns projetos deem errado logo de cara. Isso não significa, no entanto, que eles são descartáveis. Melhore-os.
Entendendo os erros de pequenas equipes, você consegue aprimorá-las e fazer com que todos superem os problemas que enfrentaram.
Isso causa um sentimento de resiliência e poder que animará os funcionários — e você!
Empresas que já usaram a técnica
Talvez você esteja achando tudo isso papinho de empreendedor que quer se mostrar bonzinho com os funcionários.
Que esse tipo de sistema nunca funcionaria no mundo real.
Mas você está enganado. Te contamos porquê:
Algumas marcas gigantescas já utilizaram o Management 3.0 e estão dizendo abertamente o como isso fez bem a elas.
Um exemplo é a automotiva Bosch. A empresa alemã chegou a declarar que vê “efeitos positivos dessas práticas todos os dias”.
A moderna Eventbrite, que bombou na quarentena ao criar uma plataforma para eventos digitais, é outro exemplo, assim como o seguradora suíça CSS Insurance.
A multinacional brasileira Stefanini IT também fez um grande estudo sobre o impacto positivo das medidas dentro da empresa.
Devo aplicar Management 3.0 na minha empresa?
Você com toda certeza deveria aplicar pelo menos parte da filosofia.
Dividir responsabilidades e glórias fará com que seus funcionários trabalhem com mais disposição e que sua empresa avance de modo mais rápido e natural.
Se sua empresa for de logística, converse com os motoristas, com o pessoal da TI, do estoque… Eles com certeza têm boas ideias na manga. Deixe eles tentarem.
Se der errado será ruim? Claro que sim.
Mas não terá tempo perdido, lições sairão dali, que poderão ser úteis para colocar tal plano finalmente em ação — ou para desenvolver novas ideias já mais maduras.
Há males que vêm para o bem — e bens que vêm para o bem também!
E não precisa ter seis olhos para enxergar isso.
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