Neste texto, você vai entender o que é o SPED, que documentos devem ser gerados segundo esse padrão e porque ele é tão importante para as empresas. Vamos lá?
Quem tem empresa sabe: às vezes é difícil navegar pelo mar de papéis e documentos que devem ser entregues para manter os negócios com tudo em dia.
Não é à toa que o Brasil é costumeiramente chamado de um dos piores países do mundo em termos de burocracia – um ranking do Banco Mundial colocou o país em 124º lugar na facilidade de fazer negócios.
Mas há iniciativas que buscam reduzir essa questão, facilitando a vida dos empresários.
Uma delas é o SPED, o Sistema Público de Escrituração Digital.
Criado como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ele criou padrões para que as empresas submetam seus documentos contábeis e fiscais à Receita Federal em formato digital.
É uma ótima notícia, uma vez que era necessário fazer isso em papel anteriormente.
Mas é preciso também ficar atento para responder a esses padrões – algo que muitas empresas ainda têm dificuldade de fazer.
Índice:
O que é o SPED?
Como já vimos, o SPED é uma abreviatura que significa Sistema Público de Escrituração Digital.
Em outras palavras, é um conjunto de regras e padrões que cria a obrigação da transmissão de dados em formato digital para a Receita Federal.
Além disso, o SPED também visa ser uma solução tecnológica para a Receita Federal, que passará a dispor assim de um conjunto muito maior de informações sobre empresas e suas transações.
Dessa forma e com o apoio de tecnologias como análise de dados, big data e inteligência artificial, é mais fácil encontrar fraudes e irregularidades nos documentos apresentados pelas companhias.
Outro benefício do SPED, este para as empresas, é economizar tempo e gastos com o envio de papéis, resultado em maior agilidade.
Além disso, se forem encontrados erros ou problemas, a prestação de contas também fica simplificada.
Quais são os tipos de SPED?
É muito comum encontrar por aí diferentes classificações do SPED.
Isso acontece porque o SPED está fundamentado em três grandes pilares. São eles:
- Escrituração Contábil Digital, também chamada de SPED Contábil;
- Escrituração Fiscal Digital, também chamada de SPED Fiscal;
- Documentos Fiscais Eletrônicos, como a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), por exemplo, também chamado de SPED Contribuições
A grande diferença entre o SPED Contábil é que este se ocupa da vida contábil da empresa, enquanto o SPED Fiscal registra o pagamento de impostos e tributos em dia.
Já os documentos fiscais eletrônicos visam confirmar, com maior quantidade de detalhes, a saúde da empresa nos relatórios anteriores.
Como funciona o SPED? Como os arquivos devem ser gerados?
Para que as empresas não tenham dificuldade em estabelecer ou se adequar ao padrão, a Receita Federal criou um programa para adequar o envio das informações.
Chamado de Programa Validador e Assinador (PVA), esse programa valida os arquivos que devem ser enviados.
A legislação obriga ainda que os arquivos contenham uma assinatura digital e sejam entregues ao SPED por meio de certificados digitais, pela internet.
A assinatura só pode ser realizada após o arquivo ser analisado pelo PVA, que é distribuído pelo Serpro, serviço federal responsável pela criação de soluções de tecnologia.
Por conta da regra, a responsabilidade em enviar informações fidedignas nos arquivos cabe às empresas.
Todos os arquivos entregues também devem contar com dados importantes, tais como:
- Data;
- Identificação das partes envolvidas (CPF ou CNPJ);
- Documentos de registro;
- Classificação Contábil.
Munida dessas informações, enviadas por arquivos eletrônicos, a Receita Federal pode construir um banco de dados capaz de cruzar informações com qualidade e agilidade.
O que, quando e por quem o SPED deve ser entregue?
O SPED é obrigatório para todas as empresas de lucro presumido, lucro real, imunes e isentas.
A exceção fica por conta de empresas tributadas pelo Simples Nacional, órgãos públicos, autarquias, fundações públicas e pessoas jurídicas inativas – ainda que a Receita Federal também recomende a entrega a estas para aumentar a quantidade de dados que possui.
Quanto ao prazo de entrega, a resposta depende de que tipo de SPED estamos falando.
- SPED Fiscal: deve ser entregue mensalmente, sob responsabilidade do contribuinte (empresa, no caso)
- SPED Contábil: deve ser entregue anualmente, normalmente até o final do mês de maio do ano seguinte ao ano apurado; em 2020, por conta do coronavírus, o prazo foi estendido até o final de julho.
Os arquivos que devem ser entregues também são diferentes:
- SPED Fiscal: escrituração fiscal digital (EFD)
- SPED Contábil: livro diário, livro razão e livro de balancetes diários, com balanços e fichas de lançamento comprobatórias, isto é, que comprovem os assentamentos transcritos nos livros; resumida também na abreviatura de escrituração contábil digital (ECD)
Além disso, é importante ficar atento para a entrega de documentos como Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e), Conhecimentos de Transporte (CT-e) e até mesmo do eSocial.
Como retificar a SPED?
Mandou a sua SPED com informações erradas? Calma, não é o final do mundo!
Assim como no caso do prazo de entrega, o prazo de retificação da SPED depende do tipo de documento que estamos falando.
No caso da SPED Fiscal, os documentos podem ser retificados sem problemas até o último dia do segundo mês seguinte ao período referido.
Isto é, se for a escrituração de janeiro, o arquivo pode ser retificado até 31 de março.
Para realizar isso, basta apenas enviar um arquivo de substituição.
Se o prazo for perdido, porém, é preciso que gerar a emissão retificadora, solicitar a permissão retificação às autoridades e enviar o arquivo, esperando até que ele seja aceito.
Já para a SPED Contábil, o prazo para retificação é o mesmo para a entrega: até o final de maio do ano seguinte ao apurado; ou julho, no caso excepcional de 2020.
Qual a importância do SPED para empresas e malhas fiscais?
O documento é uma das garantias que muitas empresas têm de que estão com a situação regular perante a Receita Federal.
Isso é importante para que os empresários possam, por exemplo, ter acesso a programas e benefícios do governo.
Além disso, é uma garantia de que os negócios vão bem e podem crescer sem problemas.
Para o governo, o SPED é uma garantia de que não há sonegação fiscal nem problemas contábeis, de maneira que há mais recursos para investir em ações para a população.
No fim das contas, se as atividades foram desempenhadas de forma adequada, todos saem ganhando.
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