Na hora de precificar o frete, é preciso considerar mais do que a distância a ser percorrida. A Taxa de Dificuldade de Acesso (TDA) é uma das estratégias usadas para complementar o valor de entregas que envolvem certos tipos de complexidade.
Taxas como essa servem para cobrir o custo adicional necessário para concluir o serviço sem deixar a transportadora no prejuízo. Entender suas particularidades é importante para saber quando incluí-las ou não no preço final.
Continue a leitura para descobrir o que é a Taxa de Dificuldade de Acesso, quando pode ser cobrada, fatores que influenciam a cobrança, como calcular, consequências para o transporte e estratégias para minimizar custos. Vamos lá?
Índice:
O que é a Taxa de Dificuldade de Acesso?
A Taxa de Dificuldade de Acesso é um valor extra cobrado para realizar entregas em locais que oferecem algum tipo de dificuldade ou risco para serem acessados, algo caracterizado principalmente pelas condições das vias.
Trata-se de uma prática adotada pelas transportadoras para se precaver em caso de fretes que exigem esforços e custos extras para serem realizados. Assim, elas evitam prejuízos e garantem que todos os fatores de custo sejam considerados.
É importante lembrar que, além de eventuais custos extras diretos, certas localidades podem aumentar o risco de danos aos veículos e até aos motoristas, necessitando de cuidados para evitar prejuízos à conservação e à produtividade da frota.
Quando a Taxa de Dificuldade de Acesso pode ser cobrada?
A Taxa de Dificuldade de Acesso pode ser cobrada quando o local onde a mercadoria será entregue envolve alguma complexidade, como, por exemplo:
- Vias estreitas ou sem pavimentação;
- Áreas rurais;
- Subidas íngremes;
- Uso de balsa;
- Necessidade de içamento;
- Escadarias;
- Locais com restrição de tráfego.
Fatores que influenciam a Taxa de Dificuldade de Acesso
A TDA pode ser cobrada conforme características do trajeto e do local de entrega. Veja quais são os principais fatores de custo que influenciam sobre ela.
Tipo de via de acesso: vias sem pavimentação, estreitas ou íngremes presentes no trajeto podem influenciar a cobrança da taxa.
Localização geográfica: áreas muito afastadas dos centros urbanos, como zonas rurais ou comunidades com acesso limitado, que exigem maior planejamento para a prestação do serviço.
Necessidade de equipamentos: entregas que exigem o uso de guindastes, içamento por cordas, escadas ou outros recursos extras para entregar a mercadoria aumentam a complexidade e o custo da operação.
Como calcular a Taxa de Dificuldade de Acesso?
Diferente do que ocorre com outras taxas logísticas, quando se trata da Taxa de Dificuldade de Acesso não existe uma forma padrão de cálculo. Assim, o valor entra na negociação, podendo ser cobrado por:
- Porcentagem sobre o frete;
- Porcentagem sobre a nota;
- Valor fixo;
- Peso da carga.
Outra tarifa semelhante, a Taxa de Dificuldade de Entrega (TDE), possui um percentual padrão de 20%, cobrado pela maioria das transportadoras. Trata-se de uma sugestão da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística).
No caso da TDE, não há uma porcentagem sugerida, então, cabe a cada transportador definir sua forma de cobrá-la considerando os custos extras envolvidos no frete.
Diferença entre TDA e TDE
A Taxa de Dificuldade de Acesso tem função semelhante à Taxa de Dificuldade de Entrega. No entanto, são cobradas em situações diferentes. Observe:
TDA: cobrada quando o local onde a entrega será realizada é de difícil acesso, envolvendo riscos ou necessitando de equipamentos especiais, como guindastes, empilhadeiras etc.
TDE: cobrada quando o processo de entrega é dificultado por questões, como tempo de espera longo, exigência de horário específico, organização no recebimento, necessidade de mais profissionais para embarque e desembarque, entre outros.
Consequências da Taxa de Dificuldade de Acesso para o transporte
As principais consequências da Taxa de Dificuldade de Acesso para o transporte são duas: cobertura de eventuais custos extras da transportadora e encarecimento do serviço para o contratante.
Reconhecer esses dois lados é fundamental para uma negociação de taxas vantajosa para ambas as partes. Afinal, somente cobrar valores extras sem critério pode prejudicar a competitividade da transportadora.
Estratégias para minimizar custos com a Taxa de Dificuldade de Acesso
A Taxa de Dificuldade de Entrega é uma importante aliada das transportadoras. No entanto, sua cobrança precisa ser estratégica para evitar o comprometimento da competitividade no mercado.
Confira algumas estratégias capazes de minimizar os custos com a TDA, possibilitando a prática de preços mais atrativos.
Roteirização
A roteirização é parte fundamental de uma gestão de entregas eficiente. O uso de roteirizadores ajuda a identificar caminhos mais acessíveis, reduzindo a necessidade de percorrer trechos com acesso difícil.
Essas ferramentas também consideram a distância, o tempo estimado e restrições de tráfego, facilitando o planejamento e otimizando todo o percurso.
Classificação prévia de destinos
Criar uma base de dados com os locais de entrega mais recorrentes, categorizando os que oferecem algum tipo de dificuldade, pode ajudar na definição da cobrança da TDA.
Com isso, a transportadora evita surpresas no momento da execução do serviço e consegue negociar melhor os valores com os clientes.
Parcerias com transportadoras locais
Em regiões de difícil acesso, firmar parcerias com operadores logísticos locais pode ser uma solução interessante.
Afinal, esses parceiros costumam conhecer melhor as particularidades da região e estão mais preparados para enfrentar desafios específicos com menores custos operacionais.
Pontos de retirada alternativos
Quando possível, a entrega em um ponto de retirada próximo pode ser uma opção mais vantajosa, especialmente em localidades de difícil acesso.
Essa prática reduz os custos de transporte e o tempo de entrega, além de aumentar a previsibilidade da operação.
Uso da tecnologia
Sistemas de gestão de frotas com telemetria ajudam a entender o desempenho dos veículos em diferentes tipos de via e condição. Além disso, esses recursos facilitam a gestão de equipes externas, possibilitando acompanhar o comportamento dos motoristas.
Assim, é possível avaliar com mais precisão os impactos do trajeto na operação e ajustar a cobrança da TDA com base em dados concretos.
Considerando todas as informações abordadas até aqui, podemos concluir que a Taxa de Dificuldade de Acesso é uma prática que permite às transportadoras atenderem locais desafiadores sem comprometer a saúde financeira da operação.
Ao incorporar a TDA de forma criteriosa e transparente nas negociações, é possível garantir entregas mais seguras e justas para todos os envolvidos no processo.
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