Você que é empresário, sabe tudo sobre custo direto e indireto, fixo e variável? Se não tem a resposta na ponta da língua sobre quanto custa produzir o item que você vende ou o serviço que presta, é bom ler este texto até o final.
O custo final de produção de um item ou da prestação de serviços é resultado de diversos outros custos, sejam eles diretos, indiretos, fixos ou variáveis. Matéria-prima, conta de luz, gastos trabalhistas, impostos… Tudo isso faz parte.
Para garantir o lucro e não fechar o mês no vermelho, todo empresário deve saber o que são custos diretos e indiretos, identificando se são fixos ou variáveis, e como eles impactam o custo geral do que é comercializado.
Continue a leitura para entender a classificação dos custos diretos e indiretos, além dos fixos e variáveis. Assim, você vai poder analisá-los atentamente e concluir se é possível diminuí-los, tornando sua empresa mais competitiva no mercado e aumentando sua margem de lucro com responsabilidade e estratégia.
Índice:
Gastos, despesas e custos: quais as diferenças?
Antes de saber o que é custo fixo e variável, direto e indireto, vamos conhecer a diferença entre custos e despesas, e entender também o que são gastos. Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, referem-se a categorias diferentes de valores que saem do caixa de uma empresa. Acompanhe!
Gastos
Gasto é tudo aquilo que compõe o custo operacional do negócio, ou seja, os valores que você desembolsa durante o mês para manter tudo funcionando. Todo dinheiro que sai do caixa, não importa o destino, é um gasto.
Despesas
Despesas são um tipo de gasto. São aqueles gastos necessários para que tudo continue funcionando, mas que não contribuem diretamente para a produção de um item ou a prestação do serviço oferecido pela empresa.
O que você gasta, por exemplo, com matéria-prima ou manutenção do maquinário não é despesa. O que é despesa são os gastos com o pessoal do jurídico, do marketing, do financeiro, com tudo aquilo que, embora essencial para o funcionamento do negócio, não está diretamente ligado à sua atividade-fim.
Custos
Custos são tudo o que você desembolsa na produção. Isso engloba desde a matéria-prima até os salários dos operários e os chamados gastos gerais de fabricação (GGF), aqueles relacionados à manutenção e ao conserto de maquinário, limpeza da fábrica, etc.
O que são custos diretos e indiretos, fixos e variáveis?
Como vimos, custos são todos os valores relacionados especificamente à produção ou à prestação de um serviço. No entanto, há custos e custos. Ou melhor: há custos diretos e indiretos fixos e variáveis, e todos eles impactam o custo final de produção. Entenda o que cada um representa.
O que é custo direto?
O custo direto é aquele determinado necessariamente pela produção, como com a compra de matéria-prima. Trata-se de um valor fácil de determinar, sem a necessidade de muitos cálculos. Por exemplo, são custos diretos a matéria-prima e os gastos com mão de obra direta.
Se você tem uma fábrica que produz 300 pares de sapatos por mês, sabe exatamente quais são os custos trabalhistas de cada um dos operários que trabalharam durante o mês para garantir essa produção.
Com esses valores na ponta do lápis, consegue estabelecer quanto custou a mão de obra necessária para a produção de cada par de sapatos. Basta somar todos gastos e mão de obra, e dividir pela quantidade de itens produzidos em um período específico.
O que é custo indireto?
O custo indireto também é um gasto determinado pela produção, mas a relação muitas vezes não é assim tão clara. É difícil mensurar, por exemplo, quanto uma fábrica gastou com energia elétrica para produzir um par de sapatos.
O que se pode fazer é uma estimativa: dividir o valor da conta de luz pelo número de pares de sapatos produzidos, mas sabemos que o resultado a que vai chegar não será tão confiável assim.
Sabemos, também, que uma fábrica não gasta energia elétrica apenas para manter ligadas as máquinas na linha de montagem. Há também a iluminação, os computadores do pessoal do escritório etc.
Há vários outros dispêndios de energia elétrica que não estão diretamente ligados à produção. Por isso é que esse é considerado um custo variável, porque é difícil concluir o quanto desse recurso foi gasto para produção de determinado item.
No entanto, é necessário incluir os custos indiretos no custo da produção. Para isso, é utilizado o critério do rateio, que ajuda a chegar em um valor aproximado.
No caso da fábrica de sapatos, divide-se o valor gasto com energia elétrica pela quantidade de pares de sapatos produzidos em um mês. Essa conta, embora não tão precisa, ajuda a calcular o custo final da produção.
O que é custo fixo?
Como o próprio nome indica, custos fixos são aqueles que não mudam. Isso significa que uma empresa tem esse tipo de custo todo mês, pois eles são previsíveis.
Não há alteração, independentemente se as vendas ou a produção aumentaram ou diminuíram. O custo fixo também é chamado de custo de estrutura, porque engloba os gastos necessários para manter em funcionamento a produção de uma empresa.
Mas quais são os gastos fixos de uma empresa? Alguns exemplos: salários dos funcionários, impostos dos veículos da frota, aluguéis de depósitos e escritórios. Não importa se as vendas aumentaram ou se a produção diminuiu, salário, aluguéis e impostos terão que ser pagos sempre.
É importante esclarecer que custo fixo não é a mesma coisa que valor fixo. Os custos fixos são aqueles que sempre se repetem, mas seu valor pode mudar. Aluguéis e impostos aumentam, trabalhadores conseguem reajustes de salário. O custo é fixo, mas o valor desse custo fixo pode, sim, variar.
O que é custo variável?
Os custos variáveis são mais ou menos imprevisíveis, menos frequentes ou mais sujeitos a oscilações de preço. Muitas vezes, eles variam porque dependem do resultado da produção. Trata-se daquele que sofre alterações periódicas por conta, principalmente, do aumento ou da diminuição na produção ou nas vendas.
Vamos retomar o exemplo da fábrica de sapatos. Se as vendas caem, para não entulhar os depósitos e provocar uma queda nos preços, a produção também tem que diminuir.
Se a produção desacelera, diminuem também os gastos com matéria-prima, como couro e tecidos. Gastos com matéria-prima, portanto, são custos variáveis. Você sabe que terá esses custos todo mês, mas eles podem aumentar ou diminuir, de acordo com a demanda pelo produto.
Para calcular o custo variável, é só somar os gastos mensais com matéria-prima (e outros gastos que costumam variar) e dividir o resultado pelo número de pares de sapatos produzidos em um mês.
Se os gastos variáveis alcançaram R$ 10 mil em um mês e foram produzidos duzentos pares de sapatos, então o custo variável de cada par de sapatos é 10.000 dividido por 200, ou seja, R$ 50.
É bom lembrar que o cálculo do custo variável depende de como funciona a empresa. Se, por exemplo, os funcionários forem pagos por horas trabalhadas sendo dispensados quando a produção diminui, os gastos com salários também devem ser incluídos no cálculo do custo variável.
Qual a importância de entender a diferença entre custo direto e indireto, fixo e variável?
Ter conhecimento sobre esses conceitos é necessário para tomar boas decisões no negócio. Segundo pesquisa realizada pela consultoria Accenture, os empresários estão repensando a relação com custos no cenário atual, após os anos marcados pelas dificuldades da pandemia.
Se antes a ação mais óbvia em meio a uma crise era cortar todos os custos possíveis, hoje outras questões são consideradas, como a inovação. Afinal, para manter o empreendimento em crescimento é preciso investir em tecnologia e inovar. Do contrário, os efeitos de uma crise podem ser ainda mais devastadores.
Manter uma tabela de custos diretos e indiretos, fixos e variáveis é extremamente importante para o planejamento financeiro de uma empresa. Ao ter esses valores na ponta do lápis, fica mais fácil calcular a que preço deve ser vendido o item, de modo a cobrir todos os gastos com a produção, obter lucros e garantir um extra para ser reinvestido na empresa.
Conhecer os valores dos custos diretos e indiretos também é importante para planejar gastos futuros. Se para produzir 300 pares de sapatos por mês você tem um custo direto de X e um custo indireto de Y, sabe que, todo mês, precisa de, no mínimo, X + Y em caixa para garantir a produção sem dor de cabeça.
Métodos de custeio: quais são?
Agora que você conferiu as explicações sobre custo direto e indireto exemplos, incluindo os fixos e variáveis, conheça os métodos de custeio mais utilizados.
Um dos mais populares na indústria e no comércio é o método de custeio variável. Quem o utiliza considera apenas os custos diretos e variáveis da produção, ou seja, os salários dos funcionários e os gastos com matéria-prima. Gastos com aluguel, luz, água, etc, ficam de fora.
Em resumo: o método de custeio variável recomenda calcular apenas o que foi gasto diretamente com a produção de cada peça.
Há também o método de custeio por absorção, sendo um pouquinho mais complexo, pois considera todos os custos, sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis.
Dessa forma, salários, aluguéis, matéria-prima, conta de luz e água, tudo é incluído na conta do método de custeio por absorção.
Como saber os custos dos produtos e mercadorias?
Mas, como tudo isso que vimos até aqui funciona na prática? Há duas coisas que você precisa saber: o que é o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e o que é o Custo do Produto Vendido (CPV). Vamos ver o que são cada um deles:
CMV (Custo das Mercadorias Vendidas)
O CMV é mais utilizado no comércio, mas não só nesse segmento. Pode ser usado também pelas empresas que não produzem e apenas vendem uma mercadoria. Se você tem uma loja de sapatos e os compra de uma fábrica para atender a uma clientela, é recomendável que use o CMV para saber os custos de seus produtos.
E como calcular a CMV? A fórmula parece complicada, mas é simples:
CMV = EI (estoque inicial) + compras – EF (estoque final)
Vamos lá: primeiro, some quanto vale o estoque que você tem. Esse valor é o EI. Depois, some ao EI o valor que gastou com a compra de novas mercadorias.
Após passado um período de vendas, veja quanto ainda tem no estoque. Esse é o seu estoque final (EF), que deve ser subtraído do resultado da soma anterior. Assim, você vai saber se o que vendeu foi suficiente para cobrir os custos com as mercadorias.
CPV (Custo de Produto Vendido)
Como deve ter percebido, aqui estamos usando mercadorias e produtos como palavras que não são sinônimos. Produto é aquilo produzido por uma empresa em uma linha de montagem, com pessoas operando maquinário e manipulando a matéria-prima.
Mercadoria é o resultado da produção depois que ela já foi vendida e está no comércio. Para ficar mais claro: para a fábrica, o sapato é um produto; para a loja, é uma mercadoria.
Por isso, as fábricas costumam adotar o CPV, que tem mais a ver com a realidade industrial. O CPV utiliza diversas variáveis, como os gastos gerais de fabricação (GGF), os gastos com matéria-prima (um custo variável), com mão de obra (custo fixo), além dos saldos de estoque.
Determinar o CPV dá trabalho e exige que a empresa monte fichas técnicas detalhadas. Nessas fichas, é importante incluir tudo o que compõe o produto e em que quantidade.
Por exemplo: quanto de couro, tecido e borracha é necessário para se produzir um par de sapatos e os valores pagos por essas quantidades específicas de couro, tecido e borracha.
Depois, deve-se multiplicar a quantidade de matéria-prima utilizada pelo preço dessa mesma matéria-prima. O resultado é o CPV unitário, ou seja, de um único par de sapatos. Depois, multiplica-se esse valor pela quantidade de vendas. O resultado é o CPV total.
Sim, calcular exatamente o quanto de couro, tecido e borracha foi utilizado para fábrica um único par de sapatos é uma tarefa complicada. No entanto, quanto mais próximo for o valor a que uma empresa chegar, melhor.
É importante lembrar que nem o CPV nem o CMV consideram os custos de estoque ou de produtos ainda em produção. Eles apenas são calculados depois que ocorre a venda.
Margem de contribuição
Primeiramente, vamos entender o que é margem de contribuição.
Depois da venda de um produto ou mercadoria, subtraia da receita que acabou de entrar os custos variáveis necessários para produção ou compra daquele item. O valor que sobra é a margem de contribuição. É ela que vai garantir a cobertura dos custos fixos e também o lucro.
A conta é simples:
Margem de contribuição = receita de vendas – gastos variáveis (custos variáveis + despesas variáveis).
Pense na loja de sapatos: em um mês foram vendidos R$ 100 mil em pares. Quanto foi pago por aqueles pares de sapatos comprados da fábrica?
Suponhamos que custou R$ 60 mil. A margem de contribuição, então, é de R$ 40 mil. Desse valor, devem ser descontados os custos fixos (aluguel da loja e dos gastos com energia, salários, etc) e ainda tem que sobrar uma porcentagem para o lucro.
Se o total das despesas fixas de uma empresa for menor que a margem de contribuição, temos uma boa notícia: a empresa está dando lucro! No entanto, se for maior, está dando prejuízo.
E qual é o primeiro passo para calcular a margem de contribuição? Saber diferenciar custos e despesas em fixos e variáveis. Mas isso você já sabe, correto?
Esta publicação te ajudou? Confira também outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.
Dúvidas frequentes sobre custos diretos e indiretos
O que são custos diretos?
Custos diretos são custos com a produção de matéria prima e gastos com mão de obra.
O que são custos indiretos?
O custo indireto também é determinado pela produção, mas diferente do custo direto, são os custos envolvidos na produção, como luz e água.
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