O fornecimento de uma distribuidora de energia no Brasil é um tema de grande relevância, pois envolve diversos aspectos econômicos, sociais, ambientais e políticos.
O setor elétrico brasileiro enfrenta diversos desafios, como a expansão da capacidade de geração e a garantia da qualidade e da segurança do serviço.
Um dos problemas mais conhecidos pela população é o apagão. Em 2023, foram dois episódios mais expressivos , sendo que em um deles 25 estados mais o Distrito Federal ficaram sem energia.
A seguir, entenda o que é uma distribuidora de energia, como funciona a distribuição de energia no Brasil e como é o fornecimento de energia elétrica para os diferentes tipos de consumidores.
Índice:
O que é uma distribuidora de energia?
Uma distribuidora de energia é uma empresa que tem como atividade principal a entrega de energia elétrica aos consumidores finais.
Ela é responsável por construir, operar e manter as redes de distribuição, que são os sistemas elétricos de baixa e média tensão que levam a energia das subestações até os pontos de consumo.
A distribuidora de energia também é responsável por realizar a medição, o faturamento e a cobrança dos consumidores, além de prestar serviços de atendimento e assistência técnica.
Essas companhias são reguladas e fiscalizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que estabelece as normas, os padrões e as tarifas do serviço.
As distribuidoras devem atender às exigências de qualidade, confiabilidade, continuidade e segurança do fornecimento de energia.
Além disso, precisam cumprir as metas de universalização do acesso à energia elétrica, que consiste em levar o serviço a todas as localidades do país.
No Brasil, existem cerca de 100 distribuidoras de energia, que atendem a diferentes áreas geográficas e são algumas delas empresas públicas ou mistas e outras privadas.
Como a distribuição de energia funciona?
A distribuição de energia é uma das etapas do processo produtivo da energia elétrica, que envolve também as fases de geração e transmissão.
A geração consiste na conversão de diferentes fontes de energia (como água, vento, sol, biomassa, gás natural etc.) em energia elétrica.
Já a transmissão realiza o transporte da energia gerada em alta tensão por longas distâncias até as subestações.
E a distribuição é responsável pela entrega da energia aos consumidores finais em baixa ou média tensão.
O sistema elétrico brasileiro é interligado nacionalmente por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN), que permite o intercâmbio de energia entre as diferentes regiões do país.
O SIN é composto por mais de 130 mil quilômetros de linhas de transmissão e cerca de 600 subestações.
É coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que é responsável por planejar e controlar o funcionamento do sistema.
Dessa forma, a distribuidora de energia a recebe das subestações e a distribui por meio das redes, que são formadas por linhas aéreas ou subterrâneas, postes, transformadores, chaves, medidores e outros equipamentos.
Como funciona o fornecimento de energia elétrica para residências, empresas e indústrias
O fornecimento de energia elétrica para os diferentes tipos de consumidores depende das suas características de consumo, como a demanda, o horário, a sazonalidade e a potência instalada.
A seguir, vamos explicar como é o fornecimento de energia para três diferentes públicos: residências, empresas e indústrias, confira.
Distribuição de energia para residências
As residências recebem a energia em baixa tensão (127 V ou 220 V), sendo enquadradas na classe B (baixa tensão) e na subclasse B1 (residencial).
As tarifas aplicadas às residências são definidas pela ANEEL e variam de acordo com a distribuidora, a bandeira tarifária e os impostos.
Elas são compostas por dois elementos: o custo da energia, que corresponde à parcela da energia consumida, e o custo da demanda, que se refere à parcela da potência disponibilizada.
As residências podem optar por duas modalidades de tarifa: a convencional ou a branca.
A tarifa convencional é aquela que tem um valor único para cada kWh consumido, independentemente do horário ou do dia da semana.
A tarifa branca apresenta valores diferenciados para cada kWh consumido, de acordo com o horário e o dia da semana.
Esta tarifa é mais barata nos horários de baixo consumo (fora de ponta) e mais cara nos horários de alto consumo (ponta e intermediário).
Costuma ser indicada para os consumidores que têm flexibilidade para deslocar o seu consumo para os horários fora de ponta.
Além disso, as residências podem optar pela geração distribuída, que consiste na instalação de sistemas de geração própria de energia elétrica, como painéis solares fotovoltaicos ou microturbinas eólicas.
A geração distribuída permite aos consumidores reduzir os seus gastos com energia elétrica, além de contribuir para a diversificação e a sustentabilidade da matriz energética.
Este tipo de geração segue as regras da Resolução Normativa nº 482/2012 da ANEEL, que estabelece o sistema de compensação de energia elétrica.
O sistema permite que os consumidores injetem na rede o excedente de energia gerada pelos seus sistemas e recebam créditos para abater na sua fatura.
Distribuição de energia para empresas
As empresas são consumidores cativos ou livres, dependendo da sua demanda e da sua tensão.
Elas podem receber a energia em baixa tensão (127 V ou 220 V) ou em média tensão (2,3 kV a 34,5 kV).
As empresas são enquadradas na classe B (baixa tensão) ou na classe A (alta tensão), e nas subclasses B2 (rural), B3 (comercial, serviços e outras atividades), B4 (iluminação pública), A1 (2,3 kV a 25 kV), A2 (69 kV a 138 kV), A3 (138 kV a 230 kV) ou A4 (230 kV a 750 kV).
As tarifas aplicadas às empresas variam de acordo com a sua classe, subclasse, distribuidora, bandeira tarifária e impostos.
São compostas por três componentes: o custo da energia (que corresponde à parcela da energia consumida), o custo da demanda (referente à parcela da potência contratada) e o custo dos encargos setoriais (correspondente à parcela dos tributos e das contribuições sociais).
Distribuição de energia para indústrias
A distribuição de energia para as indústrias é feita por meio de redes de alta tensão, que conectam as usinas geradoras às subestações, e de redes de média e baixa tensão, que levam a energia das subestações até os pontos de consumo.
As indústrias podem se conectar às redes de distribuição em diferentes níveis de tensão, dependendo da sua demanda e da sua localização.
Também têm a possibilidade de optar por gerar parte ou toda a sua própria energia, por meio de fontes renováveis ou não renováveis, e injetar o excedente na rede elétrica, recebendo uma compensação por isso.
Desafios e oportunidades para distribuidoras de energia
A distribuidora de energia é responsável por levar a energia elétrica até os consumidores finais, incluindo as indústrias como vimos anteriormente.
Elas devem garantir a qualidade, a continuidade, a segurança e a eficiência do serviço, além de cumprir as normas regulatórias e ambientais.
Para isso, elas enfrentam diversos desafios, como os elencados a seguir.
Necessidade de expansão da infraestrutura
Uma das principais necessidades do setor elétrico é a expansão da infraestrutura de distribuição de energia para atender ao crescimento da demanda das indústrias.
Além disso, é preciso garantir a segurança e a confiabilidade do sistema elétrico, evitando falhas, interrupções e perdas de energia.
Isso envolve por parte da distribuidora de energia a construção ou ampliação de subestações, linhas e redes elétricas, bem como a instalação ou substituição de equipamentos como transformadores, disjuntores, medidores, etc.
Esses investimentos em modernização e manutenção da rede são fundamentais para atender às necessidades dos consumidores e para evitar o racionamento ou o aumento do custo da energia.
Integração de novas tecnologias
A matriz energética brasileira é predominantemente hidrelétrica, mas vem diversificando-se com a inserção de fontes renováveis, como eólica, solar, biomassa e biogás.
Essas fontes têm características diferentes das fontes convencionais, como a intermitência, a sazonalidade e a dispersão geográfica.
Para integrar essas fontes ao sistema elétrico, a distribuidora de energia deve utilizar novas tecnologias, como sistemas de armazenamento, redes inteligentes, medidores digitais, sensores e dispositivos de controle.
Essas tecnologias permitem uma melhor gestão do fluxo de energia, uma maior eficiência energética, uma redução das perdas e uma maior participação dos consumidores no mercado de energia.
Veículos elétricos e geração distribuída
Outra tendência que impacta o setor elétrico é o aumento da utilização de veículos elétricos, híbridos e da geração distribuída, que ocorre nas proximidades ou no próprio local de consumo, por meio de pequenas usinas que utilizam fontes renováveis, como painéis solares ou turbinas eólicas.
Essas modalidades representam benefícios ambientais, econômicos e sociais, mas também desafios para a distribuidora de energia.
Por um lado, elas podem reduzir a demanda por energia da rede elétrica, diminuindo as perdas e os custos operacionais.
Por outro lado, podem aumentar a complexidade da operação do sistema elétrico, exigindo uma maior coordenação entre os agentes envolvidos.
Uso de tecnologias avançadas na gestão da distribuição de energia
Por fim, outro aspecto relevante para uma distribuidora de energia é o uso de tecnologias avançadas na gestão da distribuição de energia.
Essas tecnologias incluem ferramentas de análise de dados, inteligência artificial, internet das coisas, blockchain, entre outras.
São recursos que permitem uma maior automação, otimização e digitalização dos processos de distribuição de energia, gerando benefícios como:
- Melhor planejamento e alocação dos recursos;
- Maior agilidade e precisão na detecção e na solução de problemas;
- Maior transparência e confiabilidade nas transações;
- Maior satisfação e fidelização dos clientes.
Para aproveitar essas oportunidades, a distribuidora de energia deve investir na capacitação de seus profissionais, na atualização de seus sistemas e na parceria com empresas especializadas em tecnologia.
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