O dia do profissional de logística é comemorado no dia 06 de junho, uma data que reconhece a importância indispensável desses trabalhadores para o bom funcionamento do mundo em que vivemos.
Nesse artigo, exploraremos a origem dessa data tão especial e desvendaremos as principais tendências que estão moldando o futuro da logística em 2024.
Prepare-se para conhecer os desafios e oportunidades desse setor essencial em nossa economia!
Índice:
Qual é a origem do Dia da Logística?
O Dia da Logística, celebrado em 6 de junho, tem uma origem bastante surpreendente: o Dia D, desembarque das forças aliadas na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial.
Pode parecer estranho associar um evento militar com a área de logística, mas essa data foi escolhida justamente por destacar a importância da organização e planejamento na missão do Dia D.
Como explica o conteúdo do Instituto Federal Catarinense, o Dia D foi um dos maiores e mais importantes movimentos logísticos mundiais.
O sucesso da operação dependia de uma logística impecável, desde o transporte de tropas e equipamentos, até o abastecimento de suprimentos.
A escolha do Dia D como o Dia da Logística serve como um lembrete de que essa área não se limita apenas no transporte de mercadorias.
Ela engloba um conjunto de atividades complexas que garantem o fluxo eficiente de produtos e informações, desde a origem até o consumidor final.
O que a logística tem a ver com a guerra?
A guerra, por mais brutal que seja, não se resume apenas a combates entre soldados. Nos bastidores de qualquer conflito, existe uma engrenagem complexa e essencial: a logística.
Sem ela, exércitos não se movem, armas não disparam e soldados não lutam.
A logística militar é responsável por toda a movimentação e gerenciamento de recursos necessários para o funcionamento de um exército, desde o fornecimento de alimentos e munição até o transporte de tropas e equipamentos.
É como se fosse a sustentação da guerra, garantindo que tudo funcione de forma sincronizada e eficiente.
O sucesso da Operação Overlord, no Dia D, durante a Segunda Guerra Mundial, dependia de uma logística impecável, que incluía o transporte de milhões de soldados, navios e aeronaves, além do fornecimento de suprimentos para as tropas.
As 05 fases da história da logística
A logística como conhecemos hoje é fruto de uma longa jornada marcada por avanços tecnológicos, mudanças nas demandas do mercado e a busca constante pela eficiência.
Embarquemos em uma viagem pelas 05 fases que moldaram a história da logística, desde seus primórdios até a era digital da Logística 4.0.
01. O início
No início da história da humanidade, as atividades econômicas se concentravam na subsistência, com cada comunidade produzindo apenas o suficiente para atender às suas necessidades imediatas.
Isso limitava a diversidade de produtos e a necessidade de uma logística complexa.
Os produtos eram fabricados e consumidos na mesma região, sem necessidade de transporte ou armazenamento em larga escala. A disponibilidade de produtos variava conforme as estações do ano, seguindo o ritmo da agricultura e da pesca.
Embora a subsistência tenha sido a realidade de muitas sociedades durante séculos, ela também deu origem aos primeiros passos da logística.
A necessidade de transportar produtos para locais de armazenamento, mesmo que de forma precária, demonstrava o início de um sistema mais organizado.
A fase 01 da história da logística foi fundamental para o desenvolvimento da sociedade humana, lançando as bases para a complexa cadeia de suprimentos que conhecemos hoje.
02. Integração rígida
A fase 02 da história da logística foi marcada por uma mudança fundamental: a sociedade não se contentava mais com produtos padronizados.
A demanda por variedade cresceu, exigindo uma maior flexibilidade nos processos produtivos.
As empresas precisaram se adaptar para atender às novas demandas, o que resultou em um aumento significativo na quantidade de produtos disponíveis.
A maior variedade de produtos levou a um aumento vertiginoso nos estoques, o que gerou desafios no seu controle e gerenciamento.
Para enfrentar esses desafios, a otimização das atividades e o planejamento rigoroso se tornaram elementos-chave. As empresas buscaram reduzir custos e aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos.
A década de 70 foi marcada por diversas crises, como a segunda crise do petróleo, que encareceu drasticamente o custo do transporte.
Essa crise impactou os meios produtivos, obrigando as empresas a reavaliarem suas prioridades.
As empresas passaram a dar mais atenção à manutenção e à gestão de suprimentos, buscando reduzir custos e otimizar os recursos.
Surgiram profissionais especializados em gerenciar matérias-primas, garantindo a disponibilidade de insumos para a produção.
Mesmo em meio às crises, a preocupação com a qualidade dos serviços prestados aos clientes cresceu. A logística passou a ter um papel fundamental na entrega de produtos e na satisfação do consumidor.
03. Melhorias na cadeia de suprimentos
Após a Segunda Guerra Mundial, o foco da logística se deslocou da produção bélica para o atendimento às demandas do mercado.
Isso impulsionou o desenvolvimento de novas práticas e ferramentas para otimizar a cadeia de suprimentos.
Implementado inicialmente em supermercados, o código de barras facilitou a identificação de produtos, a gestão de estoques e a redução de erros.
A crescente disponibilidade de tecnologia permitiu a integração de sistemas e a coleta de dados valiosos para a tomada de decisões.
No Brasil, a partir da década de 1980, o avanço tecnológico impulsionou a modernização dos processos logísticos. O foco se concentrou em aprimorar as técnicas de transporte, armazenamento e gestão de estoques.
A partir dos anos 90, a logística se consolidou como uma área de conhecimento científico, com estudos aprofundados sobre as relações entre os diferentes elementos da cadeia de suprimentos.
A fase 03 foi marcada pela adoção da integração flexível, um modelo que priorizava a adaptabilidade e a eficiência.
Isso foi fundamental para que as empresas se adaptassem às demandas do mercado globalizado e enfrentassem a competitividade internacional.
04. O desenvolvimento da logística e das cadeias de suprimentos
O conceito de logística demorou a se consolidar no Brasil. Sua difusão iniciou nos anos 80, ganhando impulso a partir de 1994 com a estabilização econômica.
Até então, a alta inflação, a economia fechada e a baixa competitividade relegavam a logística a um segundo plano, gerando um atraso de mais de 10 anos em relação às práticas internacionais.
A estabilização da moeda e a redução da inflação em 1994 proporcionaram um ambiente mais favorável para o desenvolvimento da logística.
Empresas e consumidores se sentiram mais seguros para investir e se arriscar no mercado.
Nos anos 90, o conceito de Supply Chain Management (SCM) se popularizou, traduzido no Brasil como Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS).
Essa nova perspectiva englobava a logística como parte de um sistema mais amplo.
A logística se consolidou como uma área especializada na cadeia de suprimentos, focando no transporte e armazenamento. As empresas passaram a incorporar seus setores em três áreas principais:
- Logística de inbound: aquisição e captação de suprimentos, gerenciamento de estoques e almoxarifados;
- Logística de outbound: distribuição e entrega de produtos acabados, incluindo depósitos, faturamento, transporte e distribuição;
- Logística de programação e apoio: suporte à produção, envolvendo Programação e Controle da Produção (PCP) e Programação e Controle de Materiais (PCM).
05. Logística 4.0
Impossível falar de Logística 4.0 sem entender a Indústria 4.0, também conhecida como a Quarta Revolução Industrial. Esse conceito se popularizou nos últimos anos e se caracteriza pela automação das fábricas por meio de sistemas ciberfísicos.
A Indústria 4.0 visa criar fábricas mais flexíveis, eficientes e capazes de atender às demandas dos clientes personalizadamente.
A necessidade de otimizar o armazenamento e a distribuição de uma produção mais focada nas necessidades dos clientes deu origem à Logística 4.0.
Essa fase representa uma evolução significativa em relação à logística tradicional, com maior produtividade, exigindo altos investimentos em tecnologia.
A Inteligência Artificial (IA) desempenha um papel fundamental na Logística 4.0, permitindo que sistemas aprendam, analisem dados e tomem decisões autônomas.
A Logística 4.0 continua em desenvolvimento, mas já está transformando radicalmente a cadeia de suprimentos. As próximas etapas dessa jornada trarão ainda mais inovações, como a integração com a inteligência artificial avançada e a computação.
Panorama da logística no Brasil hoje
O setor logístico no Brasil é um dos mais importantes da economia, responsável por conectar produtores, consumidores e mercados globais.
Ao longo das últimas décadas, a logística brasileira experimentou um crescimento significativo, impulsionado por fatores como a estabilização econômica, a abertura comercial e o avanço tecnológico.
De acordo com um levantamento da JK Capital, o setor logístico representa 13% do PIB brasileiro.
No entanto, o setor também enfrenta diversos desafios, como a infraestrutura precária, a alta informalidade, a complexa burocracia e a falta de mão de obra qualificada.
Esses desafios impactam diretamente a eficiência e a competitividade da logística no país, elevando custos e limitando o potencial de crescimento.
A expectativa é que a logística no Brasil continue se desenvolvendo nos próximos anos, impulsionada por fatores como:
- Logística 4.0: a adoção de tecnologias da Indústria 4.0 na cadeia de suprimentos trará maior visibilidade, automação e eficiência aos processos logísticos;
- Sustentabilidade: a preocupação com o meio ambiente levará à adoção de práticas logísticas mais sustentáveis, como o uso de veículos elétricos e a otimização de rotas;
- Nearshoring: a tendência de empresas transferirem suas operações de produção para países vizinhos pode aumentar a demanda por serviços logísticos no Brasil.
Qual é o grande desafio da logística nos dias atuais?
O setor logístico enfrenta diversos desafios nos dias atuais, mas um dos maiores é, sem dúvida, a complexidade.
As cadeias de suprimentos se tornaram mais extensas e interconectadas, abrangendo diversos países e culturas.
Isso aumenta a visibilidade e a rastreabilidade dos produtos, mas também torna a logística mais vulnerável às interrupções e eventos inesperados.
Para superar esses desafios, o setor logístico precisa adotar soluções inovadoras e investir na adoção de tecnologias da Indústria 4.0 pode melhorar a visibilidade da cadeia de suprimentos, automatizar tarefas e otimizar rotas.
Principais tendências logísticas para 2024
Em 2024, as principais tendências que moldarão o futuro da logística incluem sistemas inteligentes, que estão sendo utilizados para otimizar rotas, prever a demanda, automatizar tarefas repetitivas e tomar decisões em tempo real.
A rastreabilidade completa de produtos e materiais ao longo da cadeia de suprimentos está se tornando cada vez mais importante.
Tecnologias como, videotelemetria, IoT e RFID (Radio Frequency Identification) permitem o monitoramento em tempo real do status dos produtos, desde a origem até o destino final.
A preocupação com o meio ambiente está impulsionando a adoção de práticas logísticas mais sustentáveis.
Isso inclui o uso de veículos elétricos, embalagens ecológicas, otimização de rotas para reduzir emissões e adoção de fontes de energia renovável em armazéns e centros de distribuição.
Para se manterem competitivas no futuro, as empresas de logística precisam:
- Investir em tecnologias inovadoras da Indústria 4.0;
- Adotar práticas sustentáveis para reduzir o impacto ambiental;
- Desenvolver soluções logísticas sob demanda e personalizadas para atender às expectativas dos consumidores;
- Capacitar seus profissionais para lidar com as novas tecnologias e processos.
A logística tem um papel essencial na economia mundial, sendo palco de inovações tecnológicas, novos processos e melhorias contínuas, influenciando vários setores da sociedade.
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