Nos últimos tempos, cada vez mais, um negócio não deve apenas se preocupar em ser lucrativo, mas também com outros diversos aspectos sociais – e alguns deles foram resumidos na sigla ESG.
Você já deve ter ouvido falar dessa sigla por aí, para falar de empresas que adotam (ou deveriam adotar) boas práticas nas áreas de meio ambiente, sociedade e governança.
Uma empresa boa não é só aquela que atende bem seus consumidores, mas que faz isso de uma maneira correta, ética, bem organizada e sem afetar o meio ambiente.
Não é só uma preocupação simples: cada vez mais estudos de consultorias mostram que empresas que adotam boas práticas ESG também costumam ter sucesso ao longo prazo, com melhores taxas de lucratividade e valor de mercado esticado com o tempo.
Neste texto, vamos falar um pouco mais sobre o que é ESG, porque ela está se tornando cada vez mais importante e como sua empresa pode fazer para aderir.
Também falaremos sobre a presença do ESG na área de logística e explicar porque ele tem sido um tema muito discutido na área de investimentos.
Índice:
O que é a sigla ESG?
Vamos começar pelo mais simples: ESG é uma sigla em inglês para “environmental, social and governance”.
Em uma tradução simples, significa ambiental, social e governança ㅡ três áreas com que as empresas deveriam se preocupar além de fazer seus negócios darem certo.

Não é à toa que a sigla ASG também tem sido bastante usada aqui no Brasil ㅡ se você a ver por aí, saiba que é um sinônimo de ESG.
Adotar políticas ESG significa que um negócio busca minimizar seu impacto na natureza, ao mesmo tempo em que adota práticas responsáveis de administração e busca construir um mundo mais justo, sem desigualdades.
Além disso, ESG também tem sido um fator que cada vez mais investidores utilizam para decidir se vão aportar dinheiro em uma empresa ou negociação ㅡ é como um selo de qualidade, uma garantia de que aquele negócio tem líderes capazes e preocupados.
Quais são os principais pontos de cada área do ESG?
Como você pode imaginar, obedecer cada área do ESG demanda talentos e preocupações diferentes por parte das empresas.
De modo geral, a sigla mostra que uma empresa está comprometida em ter uma operação mais sustentável em termos sociais, ambientais e de governança.
Entretanto, na prática, isso acontece de maneira diferente.
No caso do lado ambiental, são medidas as práticas e as políticas de uma empresa quanto a temas como:
- Emissão de carbono e mudanças climáticas;
- Poluição do ar, da água e do solo;
- Biodiversidade;
- Desmatamento;
- Eficiência energética e uso de fontes renováveis de energia;
- Gestão de resíduos;
- Escassez de água.
No lado social, por sua vez, é preciso se preocupar com aspectos sobre as pessoas que estão inseridas não só no negócio, mas ao redor dele também.
Entre esses temas, estão:
- Proteção de dados e privacidade de funcionários e clientes;
- Diversidade e inclusão da equipe;
- Engajamento dos funcionários;
- Relacionamento com a comunidade;
- Respeito a direitos humanos e leis trabalhistas;
- Satisfação dos clientes.
Já a última letra, o “G” de governança, diz respeito às boas práticas de administração de uma companhia, incluindo:
- Composição responsável do conselho, levando em conta diversidade e representatividade;
- Estrutura do comitê de auditoria;
- Boas condutas corporativas;
- Remuneração de executivos condizente com a realidade;
- Relações transparentes com entidades de governo e políticos;
- Existência de um canal de denúncias apropriado ou ouvidoria.
Como surgiu o ESG? E por que ele se tornou tão importante?
Preocupações ambientais, sociais e de governança sempre estiveram em pauta nos últimos cinquenta anos, mas a sigla ESG começou a ser utilizada por volta de 2005.
A primeira vez que ela apareceu foi no relatório “Who Cares, Wins” (“quem se importa, ganha”, em tradução livre), liderado pela Organização das Nações Unidas.
No texto, assinado por 20 instituições financeiras de nove países diferentes (e o Brasil era um deles), foram apresentadas diretrizes e recomendações para a inclusão de aspectos ambientais, sociais e de governança quando um investimento fosse analisado.
Em sua conclusão, o relatório apontava que considerar esses fatores no mercado financeiro geraria empresas mais sustentáveis, com melhores resultados para si e para a sociedade no longo prazo.
Como o ESG tem sido visto no Brasil?
Ao contrário do que acontece na Europa, no Brasil, o ESG tem sido um tema emergente, mas que ainda não ganhou espaço em todas as empresas.
Há motivos para isso: nem sempre adotar mudanças ESG é simples, ainda mais em tempos de crise.
Por outro lado, o tema tem ganho cada vez mais atenção entre os gestores de investimentos por aqui, com demanda para aplicações e soluções no mercado.
Nesse aspecto, algumas práticas têm sido mais destacadas que outras, como diversidade, mudanças climáticas e a qualidade de vida dos colaboradores, especialmente após a pandemia da Covid-19.
Além disso, vale destacar que grandes e médias empresas já têm conseguido fazer mais mudanças ㅡ por outro lado, elas também têm sido mais cobradas para isso.
Como o ESG afeta o mercado de logística?
Existem duas formas pelas quais o ESG afeta o mercado de logística.
A primeira é a percepção geral da sociedade a respeito de como o setor está buscando se adequar a estes novos tempos.
É evidente que alguns aspectos do mercado de logística atual, como o forte uso de combustíveis fósseis, são bastante contrários às medidas ESG.
No entanto, é tarefa das empresas buscar políticas que melhorem sua imagem com relação a este tema ㅡ investindo, por exemplo, na redução do consumo de combustível, no melhor aproveitamento dos recursos naturais e em políticas que tratem bem os funcionários e motoristas.

Além disso, como o mercado de investimentos está cada vez mais atento a temas ESG, empresas de logística devem prestar atenção em dois aspectos:
- Se adequar aos critérios ESG pode fazer com que a empresa consiga receber mais investimentos, especialmente se for uma companhia de maior porte;
- Os critérios ESG também podem ser usados por grandes clientes, como varejistas e distribuidores, para escolher parceiros logísticos.
Ou seja: adequar a essas políticas pode fazer com que uma empresa de logística se torne mais competitiva no mercado ㅡ e isso é algo que todo mundo quer.
Como a gestão de frotas e o uso de tecnologia na logística se relaciona com ESG?
À primeira vista, pode parecer muito difícil se adequar às políticas de ESG dentro de uma empresa de logística e transporte.
Mas a verdade é que a tecnologia pode ser uma aliada em diferentes aspectos para quem precisa ou está pensando em se tornar mais sustentável.
Utilizar ferramentas como roteirizadores, rastreadores veiculares e telemetria veicular pode ajudar muito a vida de um gestor de frotas a cumprir vários desses quesitos.
Juntas, essas ferramentas permitem menores trajetos, o que ajuda tanto na redução do uso de combustível como no melhor controle de jornada dos motoristas, respeitando aspectos trabalhistas.
Elas também ajudam os veículos a estarem sempre em dia com a manutenção preventiva, o que evita que o mau desempenho faça com que um veículo polua mais o meio ambiente.
Ferramentas de gestão de frota também ajudam com que a operação da empresa se torne mais simples e transparente, sendo um ótimo ponto na área de governança.
Empresas mais eficientes também costumam ter clientes mais satisfeitos e funcionários mais felizes, olhando com atenção para a parte social.
A Cobli hoje tem uma série de ferramentas que podem ajudar gestores de frotas a se adequarem a diversas demandas do universo ESG.
Entendeu tudo sobre o que é ESG? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli!