A manutenção detectiva é um tipo especial de cuidado com máquinas e equipamentos, que visa olhar para defeitos e problemas de segurança.
Toda vez que acontece um acidente, é muito comum ouvirmos que ele poderia ter sido evitado – e a manutenção detectiva é uma das principais aliadas de quem quer evitar problemas.
A principal meta desse tipo de manutenção é corrigir esses problemas antes que um acidente aconteça – e muitas vezes, fazer as correções comumente imperceptíveis a olho nu.
No entanto, assim como outros tipos de manutenção, ela tem suas vantagens e desvantagens, sendo preciso ser bem ajustada para não ser improdutiva ou atrapalhar o dia a dia.
Neste texto, vamos falar mais sobre os tipos de manutenção e discutir como a manutenção detectiva atua, entendendo seus principais serviços. Vamos nessa?
Índice:
O que é manutenção detectiva?
Assim como a preventiva e a preditiva, a manutenção detectiva também visa resolver problemas antes que eles se tornem muito sérios.
Mas, ao contrário de suas duas parceiras, a manutenção detectiva tem em vista olhar para falhas que ninguém detecta, que são imperceptíveis logo de cara, como uma peça quebrada que não impede o funcionamento do motor, ou um extintor fora de validade.
Ela também é voltada para os sistemas de proteção de máquinas e equipamentos, como detectores de incêndio, geradores de energia e alarmes de segurança.
A ideia, aqui, é que as máquinas e equipamentos não parem de vez ou que não aconteçam falhas que comprometam a segurança das pessoas e do local.
Assim, ao descobrir um problema, é imprescindível entrar em ação e resolver as falhas na mesma hora.
Ela é muito usada em indústrias e fábricas com equipamentos de grande porte, além de galpões logísticos.
Quantos tipos de manutenção existem?
Existem vários tipos de manutenção, cada um com suas próprias características e finalidades. No entanto, as cinco principais são:
Manutenção preventiva
Também chamada de manutenção programada, a manutenção preventiva visa diminuir a probabilidade de falhas futuras, tentando evitar o surgimento de problemas.
Ela é periódica, seguindo prazos determinados para vistorias, com base no tempo ou na utilização do equipamento.
Manutenção corretiva
Se um equipamento, máquina ou veículo tem falhas, é preciso buscar a correção desse problema – muitas vezes, até porque ele impede o uso do equipamento.
Normalmente, a manutenção corretiva é uma opção mais árdua, porque acontece após a quebra de um equipamento e também porque reduz os níveis de produtividade e eficiência.
Manutenção preditiva
Bastante parecida com a manutenção preventiva, a preditiva usa um método diferente para prever falhas.
Em vez de acompanhar os equipamentos por um prazo, ela olha para os resultados e dados de desempenho – se ele começa a render abaixo do esperado, está na hora de fazer a manutenção.
Muitas vezes, esse tipo de manutenção utiliza sensores, rastreadores e até sinais físicos para saber se é necessária.
Além disso, é válido explicitar que na manutenção preditiva, o equipamento é sempre monitorado – se for um veículo, provavelmente ele usará telemetria veicular.
Manutenção detectiva
Como já vimos, a manutenção detectiva é focada em identificar falhas ocultas que não são imediatamente perceptíveis, usando inspeções e monitoramento para detectar problemas antes que se tornem críticos.
Manutenção proativa
A manutenção proativa é uma abordagem avançada que se concentra na identificação e eliminação das causas raízes dos problemas para prevenir a ocorrência de falhas no futuro.
O objetivo é ir além da simples resposta a falhas e buscar melhorias contínuas nos processos e sistemas de manutenção.
Ela também visa maximizar a eficiência operacional e a longevidade dos equipamentos, contribuindo para a competitividade da empresa.
Qual é a diferença entre manutenção preditiva e detectiva?
Especialista responsável por introduzir o conceito de manutenção detectiva, John Moubray acrescentou esse quarto tipo à nomenclatura anterior, conhecida pela sigla PPC (preditiva, preventiva e corretiva).
Para Moubray, o mais correto é pensar na PPDC, uma vez que as pequenas falhas podem acontecer a qualquer momento, mas gerar até milhões em prejuízo.
Para se ter uma ideia, segundo a Plant Engineering, 52% das empresas utilizam os equipamentos ‘’até estragar’’, ignorando os benefícios que as manutenções podem trazer.
Ao comparar a preditiva e a detectiva, Moubray afirma que a preditiva toma decisões baseadas nos dados coletados, mas não necessariamente faz melhorias dos problemas detectados.
Já a detectiva busca, a todo momento, corrigir essas falhas, se entender que aquele equipamento tem grande importância.
Pense, por exemplo, em um equipamento que esteja com 80% do rendimento, mas tenha uma manutenção com uma peça cara.
Um gestor que use a manutenção preditiva pode optar por não fazer a troca naquele exato momento, mas esperar que a perda de rendimento seja maior – no famoso “vai que dá”.
Já na manutenção detectiva, a troca será feita – e ainda haverá uma busca para garantir que os sistemas, sensores e dispositivos que trazem esses dados aos gestores também estejam funcionando corretamente.
Quais falhas podem ser descobertas com a manutenção detectiva?
Como o principal objetivo da manutenção detectiva é descobrir as falhas ocultas de equipamentos e sistemas, as principais que podem ser detectadas são:
Falhas mecânicas
Desgaste de peças, desalinhamentos, folgas excessivas, vibrações anormais, ruídos estranhos, cavitação em bombas, fadiga de materiais.
Falhas elétricas
Curtos-circuitos, sobrecargas, isolamentos precários, quedas de tensão, flutuações de corrente, aquecimento excessivo de componentes, interferências eletromagnéticas.
Falhas hidráulicas
Vazamentos, perda de pressão, contaminação do fluido, cavitação em válvulas, desgaste de bombas e motores hidráulicos.
Falhas termodinâmicas
Perdas de calor, corrosão, erosão, formação de depósitos, problemas de combustão em motores, superaquecimento de equipamentos.
Falhas instrumentais
Calibração incorreta de sensores, erros de medição, falhas de comunicação entre instrumentos, ruídos na sinalização.
Principais sistemas de proteção para a manutenção detectiva
Como já dissemos, a manutenção detectiva se preocupa muito, não só com os equipamentos em si, mas também com diferentes dispositivos, os chamados sistemas de proteção, que ajudam os técnicos e gestores a saber que uma falha pode ocorrer.
A lista deles é imensa, mas podem incluir dispositivos de alerta de velocidade ou de alta temperatura, relés que protegem geradores, sistemas de controle de pressão e até aparelhos de detecção de fumaça ou incêndio.
Sistemas de desligamento de emergência e de desligamento anti curto-circuito também podem fazer parte dessa lista, além de extintores.
Como você pode imaginar, são sistemas que costumam ser bem pouco utilizados, ficando inativos. No entanto, não estão imunes a ter defeitos quando precisam entrar em ação.
É justamente por isso que a manutenção detectiva precisa existir. Além de evitar problemas, ela também é um passo importante para garantir que um seguro seja pago, caso haja algum problema.
Por que o teste de detecção de falhas importa na manutenção detectiva?
Como você pode imaginar, os testes de detecção de falhas são feitos para checar se há algo que não está funcionando.
Eles são a ferramenta básica para a manutenção detectiva funcionar, evitando bolas de neve que provoquem panes em todo o sistema.
Uma boa forma de começar seus testes de detecção de falhas é fazer limpezas no maquinário. Afinal, acúmulo de resíduos como óleo, graxa, aparas de metal e outros, podem ser o início de uma grande falha.
Outro teste de detecção bom é abrir os equipamentos e checar por porcas, parafusos, fios, conectores e interruptores que não estejam bem ajustados. Eles podem parecer inofensivos, mas podem gerar o início de um curto-circuito, por exemplo.
Além disso, é importante entender quais são os sistemas vitais de uma empresa ou serviço para lidar caso haja algum imprevisto.
Por exemplo, um gerador em um hospital deve ser checado constantemente – afinal, se ocorrer uma queda de energia e ele não estiver pronto para funcionar, problemas graves podem ocorrer.
Por conta disso, a manutenção detectiva costuma ser aplicada quando o processo na indústria é crítico e o nível de automação aumenta, não havendo nenhuma chance para falhas.
Para te ajudar, a Cobli preparou dois materiais que costumam ser uma mão na roda para quem faz a manutenção detectiva: um checklist para a manutenção de elevadores e outro para a revisão de aparelhos de ar condicionado.
Vantagens e desvantagens da manutenção detectiva
Como você pode imaginar, a manutenção detectiva pode trazer muitas vantagens para quem decide utilizá-la, mas também há pontos negativos.
Vantagens da manutenção detectiva
- Redução dos imprevistos;
- Faz paradas programadas, reduzindo a improdutividade;
- Necessidade de mão de obra qualificada, graduando técnicos e gestores.
Desvantagens da manutenção detectiva
- Aumenta o excesso de precaução;
- Baixa procura no mercado;
- Requer maior disponibilidade de tempo nos times;
- Pode ser mais custosa, dependendo da periodicidade a ser realizada.
Como a tecnologia atua na manutenção detectiva?
A manutenção detectiva ao combinada com tecnologias avançadas permite uma abordagem mais precisa, proativa e otimizada na detecção e prevenção de falhas.
Através da implementação de ferramentas, as empresas podem alcançar níveis mais altos de confiabilidade operacional, produtividade e economia de recursos nas manutenções.
A tecnologia de monitoramento, por exemplo, atua gerando relatórios de eficiência que podem ser usados para identificar possíveis problemas nos veículos da frota.
A Cobli possui um sistema de controle de manutenção de frotas que calcula a próxima data de revisão e vistorias dos veículos. Com ele, também é possível ter acesso ao histórico de manutenção da frota para ficar sempre em dias com os dados.
O uso dessas tecnologias permite que as empresas implementem estratégias de manutenção mais eficazes, reduzindo o tempo de inatividade não planejado e otimizando os recursos de manutenção.
Você leu sobre a importância da manutenção detectiva e como ela pode agilizar as operações externas no meio urbano, evitando maiores complicações.
Então lembre-se: de nada adianta identificar uma falha e não traçar um plano de ação! Comece hoje!
Esta publicação te ajudou? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.