Pensar em cidades sustentáveis é hoje uma tarefa importantíssima, não só dos líderes políticos, mas também das empresas e de qualquer cidadão.
Durante muito tempo, a humanidade acreditou que a natureza era apenas uma fonte de recursos: hoje, no entanto, já ficou claro que sem o devido equilíbrio e compensação, o futuro do planeta está ameaçado.
Há uma série de ideias criativas para que não só sejam reduzidas as emissões de carbono causada por combustíveis fósseis, mas também para que se evite a poluição de água, do ar e do solo.
Uma cidade sustentável é aquela que busca reduzir ao máximo o impacto na natureza, aumentando a sustentação do meio ambiente.
É uma forma de viver diferente à qual estivemos acostumados nos últimos séculos — e por isso, pode ser um desafio se adaptar a essas mudanças.
Neste texto, vamos falar sobre o que é uma cidade sustentável, quais são as principais mudanças que esse tipo de comportamento pede e também como o setor de transportes precisa se readequar para o futuro.
Além disso, também vamos falar sobre o Programa Cidades Sustentáveis, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para incentivar a mudança, e sobre como a tecnologia e a gestão de frotas podem ser aliadas das empresas de logísticas nesse processo. Vamos lá?
O que são cidades sustentáveis?
A humanidade se desenvolveu com um desequilíbrio enorme entre o crescimento econômico e a exploração predatória da natureza.
Um exemplo muito claro disso é a quantidade de florestas e vegetações que foram derrubadas para dar lugar a estradas, cidades, fazendas ou qualquer outro tipo de construção humana.
É evidente que muitos desses processos ajudaram a humanidade a avançar, ter conforto e prosperar enquanto espécie; no entanto, hoje essas atitudes provocam impactos em todo o planeta.
Quem anda em uma grande cidade sabe bem o que isso quer dizer: se por um lado, veículos que usam combustíveis fósseis (como gasolina e diesel) ajudam a movimentar pessoas e cargas por aí, mas também causam a poluição – e com ela, inúmeros efeitos ruins.
Entre eles, podemos citar o aquecimento global, doenças respiratórias e até mesmo a queda na qualidade de vida.
Há algumas décadas, porém, há quem pense que não precisa ser assim – e começou a pensar em um modelo de cidades sustentáveis, em que os padrões de vida, produção e consumo são sustentáveis.
Isso pode acontecer em diversas áreas: da mobilidade e matrizes energéticas até o consumo de alimentos e a destinação de resíduos, entre muitos outros.
A ideia é que esse seja um objetivo da humanidade toda, evitando que o Planeta Terra entre em colapso, sem destruir espécies de animais e vegetais ou criar uma crise climática irreversível.
Para organizar esse esforço, a Organização das Nações Unidas criou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – são ao todo 17 tópicos, divididos em cinco grandes frentes:
- Pessoas: tem como metas acabar com a pobreza e a fome no mundo;
- Planeta: compromisso com a preservação ambiental, com consumo e produção sustentáveis, além de uma gestão responsável dos recursos naturais;
- Prosperidade: busca garantir a realização pessoal de todas as pessoas, contribuindo para o progresso econômico, tecnológico e social sem abrir mão da natureza;
- Paz: busca a construção de sociedades mais pacíficas, inclusivas e justas;
- Parceria: os ODS devem ser conquistados por conta de alianças entre nações, governos, organizações civis, empresas e cidadãos.
Um dos maiores desafios dos ODS é conseguir dar conta de cidades sustentáveis – desde 2009, os centros urbanos são casa para a maior parte das pessoas no mundo, mas muitos deles estão longe de terem esse ordenamento sustentável.
Qual é a diferença entre cidades sustentáveis e inteligentes?
Há muitas diferenças entre cidades sustentáveis e cidades inteligentes.
Como você pode ler acima, uma cidade sustentável é aquela que busca ser um lugar em que há progresso econômico e social para seus habitantes, sem destruir ou causar danos à natureza.
Já uma cidade inteligente é aquela em que a tecnologia tem um amplo papel para melhorar a vida das pessoas, muitas vezes até se antecipando a seus desejos ou necessidades.
As duas coisas podem ser conflituosas: uma cidade inteligente que utilize energia elétrica em demasia ou vinda de combustíveis fósseis, por exemplo, não é uma cidade necessariamente sustentável.
Felizmente, esse exemplo não é exatamente verdadeiro: cada vez mais, cidades recorrem à tecnologia como uma das ferramentas para conseguir ser cada vez mais sustentáveis.
Um exemplo famoso é o de cidades que implementaram sensores em suas latas de lixo para identificar se estão cheias ou não.
Com isso, caminhões de lixo podem fazer rotas mais inteligentes, evitando passar por onde não é necessário, consumindo menos combustível e, ao mesmo tempo, sendo mais eficientes na destinação dos resíduos.
Pode parecer algo simples, mas que também tem a capacidade de causar uma melhoria na qualidade de vida – quem já teve de dirigir atrás de um caminhão de lixo sabe bem o que isso significa.
O que uma cidade precisa para ser sustentável?
Essa é uma pergunta bastante difícil de se responder – não há uma resposta pronta e mesmo as cidades que se destacam por serem sustentáveis costumam ter iniciativas bem diferentes.
O mais importante é que as atitudes estejam sempre a serviço do desenvolvimento sustentável, alinhando a prosperidade em diferentes níveis – não basta preservar a natureza se isso resultar em condições piores de vida para todos os envolvidos.
Tendo isso em vista, alguns pontos devem ser observados:
- Políticas públicas: os governos não devem ser os únicos responsáveis por uma cidade sustentável, mas eles têm o papel de criar ideias, leis, programas e iniciativas que encaminhem indivíduos, empresas e organizações para a rota da sustentabilidade.
- Mobilidade e acessibilidade: veículos que usam combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, são problemas para a sustentabilidade e o aquecimento global; promover políticas que incentivem a adoção de outros combustíveis ou de meios mais limpos, como transporte público, bicicletas e caminhadas, é algo importantíssimo.
- Desenvolvimento planejado: muitas cidades crescem de maneira desordenada e irregular, muitas vezes passando por cima de áreas de encostas de morros, rios ou vegetação nativa; ignorar a natureza pode gerar inúmeros acidentes, como enchentes e deslizamentos, algo que um desenvolvimento planejado pode evitar
- Arquitetura e urbanismo: além do desenvolvimento planejado, é importante pensar na cidade como um organismo vivo; a forma como prédios são construídos é importante, bem como a quantidade de árvores nas ruas e parques nas cidades, evitando que a cidade seja só asfalto e cimento – aumentando o calor e o risco de enchentes.
- Áreas verdes: além dos aspectos que já comentamos, preservar áreas verdes ajuda as cidades a manter um ciclo saudável da água, com chuvas constantes, e uma melhor qualidade do ar; arborização e conservação da vegetação nativa devem ser dois compromissos da cidade que quer ser sustentável.
- Produção e consumo de energia: o uso de energias como solar e eólica, limpas e renováveis, deve ser incentivado, assim como a redução do uso de energia elétrica.
O que é o Programa Cidades Sustentáveis (PCS)?
Além de criar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a Organização das Nações Unidas também criou o Programa Cidades Sustentáveis (PCS).
Trata-se de uma iniciativa que ajuda as cidades a tornar palpáveis os ODS em ações para se tornarem cada vez mais sustentáveis.
Além disso, o PCS também ajuda gestores públicos a fazer um planejamento urbano melhor, a adotar medidas de redução de desigualdade social e a implementar estímulo para que os cidadãos participem nas decisões da cidade.
Hoje, mais de 200 cidades brasileiras participam desse programa, criando ações em prol do desenvolvimento sustentável.
Essas ações são todas criadas a partir de uma estrutura de 12 eixos temáticos, monitorados por cerca de 260 indicadores diferentes.
Quais são os eixos principais do Programa Cidades Sustentáveis?
Ao todo, o Programa Cidades Sustentáveis tem 12 eixos. São eles:
- Ação local para a saúde;
- Bens naturais comuns;
- Consumo responsável e opções de estilo de vida;
- Cultura para a sustentabilidade;
- Do local para o global;
- Economia local, dinâmica, criativa e sustentável;
- Educação para a sustentabilidade e qualidade de vida;
- Equidade, justiça social e cultura da paz;
- Gestão local para a sustentabilidade;
- Governança;
- Melhor mobilidade, menos tráfego;
- Planejamento e desenho urbano;
Cada um desses eixos pode ser acompanhado pelos governantes por diferentes aspectos e indicadores.
No primeiro, de saúde, por exemplo, gestores públicos olham para temas como saneamento básico para todos, acesso aos sistemas de saúde, coleta e destino corretos para o lixo, disponibilidade de locais e profissionais de saúde, etc.
Enquanto isso, indicadores sobre temas como excesso de peso em adultos, mortalidade infantil e materna e até o orçamento municipal de saúde são usados para nortear as discussões e o avanço.
Ser uma cidade sustentável ajuda na qualidade de vida?
Sim! Há diversos aspectos em que uma cidade sustentável pode mudar a qualidade de vida de seus habitantes.
Vamos focar aqui em um tema muito caro para a Cobli: a mobilidade!
Uma cidade sustentável, que adota políticas para incentivar o uso de transporte público e de meios de transporte alternativos, como bicicletas, pode ajudar a reduzir a poluição do ar.
A implementação de políticas como rodízio de carros, zonas restritas para caminhões e incentivo a carona também podem ajudar nisso.
A redução do uso de carros e caminhões pode significar menos combustível sendo gasto, e com isso, menos gases poluentes indo parar na atmosfera.
Isso ajuda as cidades a terem temperaturas mais amenas, reduzindo o calor, ao mesmo tempo em que a menor poluição do ar evita doenças respiratórias e também diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
Além disso, em uma cidade sustentável onde o trânsito é menos congestionado, já que há mais alternativas de transporte, há também um menor nível de estresse – e esse é um fator cada vez mais importante na qualidade de vida das cidades.
E esse é apenas um dos muitos exemplos em que uma cidade sustentável pode melhorar a qualidade de vida de quem escolheu viver, morar ou trabalhar ali.
Quais são exemplos de cidades sustentáveis no Brasil e no mundo?
Existem inúmeros rankings que ajudam a olhar para exemplos de cidades sustentáveis no exterior e no Brasil.
Cada uma dessas cidades se destaca por diferentes iniciativas e, aqui, vamos indicar algumas delas.
Zurique, na Suíça, se destaca por uma rede de transporte público eficiente, enquanto Singapura tem um território bastante moderno e arborizado, resultado de um planejamento sustentável e bem feito.
Estocolmo, na Suécia, se destaca pela renovação de espaços urbanos antes ocupados por indústrias; já Londres, na Inglaterra, trocou os antigos ônibus urbanos por novos modelos, adaptados para emitir menos gases poluentes.
Outro destaque comum nas listas é Munique, que tem uma aposta grande no uso de energia renovável.
Aqui no Brasil, Curitiba costuma sempre aparecer bem por conta de seu forte uso de transporte público; enquanto Florianópolis é elogiada pela forte presença de empresas de tecnologia, com baixo impacto ambiental.
Além disso, Florianópolis também criou políticas como o IPTU Sustentável, que dá descontos para os moradores que usam aquecimento hidráulico ou solar, aproveitam água da chuva e/ou usam material sustentável em suas construções.
Apesar de inúmeros problemas e forte poluição, São Paulo também costuma ser citada como exemplo, especialmente por conta do Plano Diretor criado em 2014.
Como as empresas de logística e transporte devem atuar em cidades sustentáveis?
Atuar em uma cidade sustentável pode parecer um enorme desafio para empresas de logística e transporte.
Afinal de contas, é uma forma de se fazer as coisas diferentemente do que sempre se fez, o que pode fazer muitos gestores pensarem só nos custos e dificuldades de se adequarem.
Mas a verdade é que, no longo prazo, empresas de logística que pensarem na sustentabilidade estarão bem posicionadas no mercado.
Isso porque a sustentabilidade também busca promover o desenvolvimento econômico, trazendo mais inteligência para as atividades de qualquer setor.
Quer um exemplo? Ao impor horários específicos para a circulação de caminhões, as cidades podem parecer atrapalhar a vida das empresas de logística.
Mas isso pode forçar as empresas a buscarem se tornar mais eficientes – e a tecnologia pode ser uma aliada, com o uso de ferramentas como roteirizadores e rastreadores de trajeto.
Além disso, outra forma das empresas de logística se adequarem às cidades sustentáveis são a de buscar veículos que tenham combustíveis mais limpos e com melhor desempenho.
Outra boa medida é a manutenção preventiva, que pode ajudar os veículos a evitar que falhas causem problemas e poluição além do esperado.
Agora que você já sabe como rodar em uma cidade sustentável, que tal começar? Mãos á obra!
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