cross docking

Cross Docking na logística: o que é e como funciona?

O cross docking é uma solução logística que, mesmo demandando algum esforço para ser implementada, resulta em mais agilidade, custos mais baixos e clientes mais satisfeitos.

Conforme dados da consultoria Ebit/Nielsen, hoje em dia, cada vez mais pessoas utilizam o comércio eletrônico para fazer suas compras, chegando a atingir um faturamento de R$ 182,7 milhões.

Com o crescimento desse setor e o aumento da demanda logística, adotar sistemas como o cross docking faz se necessário, pois além de um bom atendimento, é preciso que os produtos cheguem rápido até os consumidores.

Mas como o cross docking pode ajudar a reduzir os prazos de entrega, diminuir custos e aumentar a satisfação dos clientes? 

Acompanhe a leitura e fique por dentro das principais informações desse sistema logístico. Vamos lá?

O que é cross docking?

O conceito de cross docking (“cruzamento de docas”, em tradução literal) é um sistema de distribuição no qual o produto pedido pelo cliente é enviado para um centro de distribuição específico.

O termo surgiu por conta da distribuição de produtos por meio de navios: mercadorias que desembarcavam de um contêiner já eram despachadas, por meio de esteiras rolantes, até os veículos que as levariam à destinação final.

Nesse sentido, o principal objetivo do cross docking é agilizar a distribuição de produtos, minimizando o tempo de armazenamento e manuseio.

Na prática, os produtos são recebidos na doca de entrada por meio de caminhões ou reboques, e são então movidos para a doca de saída, onde serão carregados para o destino.

Durante o processo, os produtos são classificados e selecionados de acordo com seu destinatário, e movidos para a doca de saída por meio de equipamentos como empilhadeiras, esteiras transportadoras ou paletes.

Com isso, é possível reduzir custos, aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos e satisfazer as demandas dos clientes de forma mais rápida e eficiente.

Como funciona o cross docking?

O cross docking é um sistema derivado do Just In Time, sistema de logística e otimização de produção implementado pela Toyota, que visa reduzir o desperdício sem que prejudique a qualidade dos produtos.

No cross docking, os produtos são recebidos e direcionados para uma doca de entrada. Nesse local, as mercadorias passam por um rápido processo de descarregamento e triagem para controle e identificação de seus destinos. 

cross docking
O cross docking agiliza a entrega e reduz o espaço físico do estoque.

Após a triagem, as mercadorias seguem para o terminal de embarque, onde são carregadas no meio de transporte correspondente e encaminhadas aos seus destinatários.

Dessa forma, é possível evitar a necessidade de armazenar os produtos para uma triagem e expedição das mercadorias posteriormente, acelerando significativamente o processo da cadeia de abastecimento. 

Por fim, é preciso ter um sistema eficaz que una todas as pontas, desde o fornecedor do seu produto até o centro de distribuição que será responsável por enviá-los.

O fornecedor, por exemplo, deve estar pronto para conseguir enviar a mercadoria de forma instantânea após o pedido, de forma que sua empresa não gaste muito tempo manuseando ou processando a ordem.

Já o centro de distribuição precisa ter um sistema eficiente de direcionamento – funcionalidades como código de barras e etiquetas RFID (radiofrequência) são bem úteis nessas horas. 

Tipos de cross docking

Existem três tipos principais de cross docking. Vamos a eles:

Movimentação contínua

Neste método, tudo precisa funcionar como um relógio suíço. O centro de distribuição recebe as mercadorias e as despacha o mais rápido possível, para evitar acúmulo de produtos em estoque. 

Movimentação consolidada ou híbrida

Aqui, as mercadorias são recebidas pelo centro de distribuição e podem ter destinos diferentes. Alguns produtos podem ser direcionados ao cliente final, como na movimentação contínua.

No entanto, outros podem ser direcionados a um estoque anexo, sendo combinados com vários produtos, formando pedidos completos que, então, serão redirecionados.

É algo comum quando uma mesma empresa têm produtos de alto giro ou baixo valor agregado (que podem ficar em estoque por terem custo menor) e os de alto valor agregado e baixo giro (que se adequam melhor ao cross docking).

Assim, se houver um produto mais caro e um mais barato no mesmo pedido, eles devem ser “unidos” antes de serem encaminhados para o cliente final.

Movimentação de distribuição

Muito utilizada para entregas de empresas para empresas (B2B, na sigla em inglês). Nesta modalidade, os produtos são recebidos e separados para distribuição em cargas para os clientes. 

Quais são as principais diferenças entre cross docking e as operações de armazenagem tradicionais? 

Embora seja verdade que uma das principais diferenças entre o cross-docking e a armazenagem, é que a primeira não requer que os produtos sejam mantidos em estoque por longos períodos, existem outras diferenças importantes entre as duas abordagens.

A armazenagem tradicional envolve a manutenção de um estoque de produtos em um armazém ou depósito por um período mais longo. Nesse caso, o objetivo está em gerenciar o estoque e garantir que haja suprimento adequado para atender os clientes.

Nesse sentido, a principal diferença entre o cross-docking e a armazenagem tradicional não é apenas a falta de imobilização de produtos em estoque, mas também o objetivo central de cada técnica. 

O cross-docking se concentra na velocidade e agilidade na distribuição de produtos, enquanto a armazenagem tradicional enfatiza o gerenciamento e manutenção do estoque.

E entre o transit point?

A principal diferença entre o cross docking e o transit point é a quantidade de empresas atendidas. Normalmente, o cross docking é um serviço oferecido por centros de distribuição para múltiplas empresas.

Recentemente, companhias como MercadoLivre, Dafiti e a maioria dos sites que permitem vendas de terceiros em suas plataformas (os chamados marketplaces) adotaram algo parecido. 

Já o transit point (ponto de trânsito, na tradução literal) é algo que faz mais sentido para grandes empresas e é apenas um ponto de passagem.

Se o modal for rodoviário, ele consiste basicamente na divisão de cargas de um grande caminhão, por exemplo, para veículos menores que consigam capilarizar as entregas em uma grande cidade ou uma região interiorana.

Por sua complexidade menor, o transit point recebe produtos de apenas uma única empresa ou fonte. 

Vantagens e desvantagens do cross docking

Para implementar uma solução de cross docking é necessário conhecer e aplicar corretamente as estratégias, mas antes disso, é importante entender sua vantagens e desvantagens.

Vantagens do cross docking

O principal benefício do cross docking é evidente: ele diminui o custo logístico de uma empresa, porque simplesmente consegue simplificar ou eliminar o estoque.

Além disso, ao ser bem implementado, ele reduz o tempo da entrega e, por consequência, o lead time –o tempo que um pedido leva para ser realizado.

Entrega feita em menos tempo significa um cliente mais satisfeito – e em caso de cargas perigosas, diminui as chances de perdas, contaminação ou fim do prazo de validade. 

Por não ter um estoque, ele diminui a chance de furtos de produtos, uma das principais causas de perdas da cadeia logística no Brasil.

Além disso, o cross docking também:

  • Reduz o manuseio de materiais;
  • Reduz os custos com mão-de-obra;
  • Aumenta a economia com combustível;
  • Aumenta a rotatividade de produtos;
  • Garante maior eficiência nas operações;
  • Reduz os custos gerais de distribuição.
sistema cross docking
O sistema cross docking facilita com que as mercadorias mantenham uma boa rotatividade.

Desvantagens do cross docking

Compreender as desvantagens do cross docking também é uma etapa importante. Isso porque é necessário avaliar o processo da cadeia de suprimentos e avaliar se a solução é adequada para a sua empresa.

É importante entender os requisitos de sua organização em termos de volume de rotatividade, rapidez na entrega, natureza dos produtos e outras necessidades logísticas.

Por exemplo, empresas com alto volume de rotatividade, demanda rápida ou produtos perecíveis tendem a se beneficiar mais do cross-docking.

Portanto, algumas das desvantagens que o cross docking pode apresentar são:

  • Dependência de um sistema de transporte confiável;
  • Falta de flexibilidade;
  • Requer planejamento minucioso;
  • Possui alto custo de implementação.

Quais são as tendências emergentes no uso de cross docking?

As tendências emergentes geralmente surgem em resposta às mudanças no ambiente de negócios, às novas tecnologias e às demandas dos consumidores.

É importante que as empresas estejam atentas a essas tendências para se manterem competitivas e se adaptarem às mudanças no mercado.

Em relação ao uso do cross docking, algumas tendências emergentes incluem:

Integração de tecnologias avançadas

Adoção e implementação de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e análise de dados, para automatizar e otimizar suas operações de cross docking.

Customização do cross docking

Para uma melhor adequação aos processos, as empresas estão personalizando suas operações de cross docking para atender às necessidades específicas de seus clientes, incluindo horários de entrega, embalagem e outras exigências.

Aumento do uso de plataformas de comércio eletrônico

Assim como falamos no início deste artigo, o crescimento do comércio eletrônico está impulsionando a demanda por operações de cross docking para atender às necessidades de entrega rápida dos clientes.

Cross docking em áreas urbanas

Com a crescente urbanização, as empresas estão estabelecendo centros de cross docking em áreas urbanas para fornecer entregas mais rápidas e eficientes aos clientes.

Maior colaboração entre as empresas

As empresas estão se unindo para compartilhar centros de cross docking e recursos para reduzir custos e aumentar a eficiência em toda a cadeia de suprimentos.

Essas tendências estão moldando o futuro do cross docking, tornando-o uma opção cada vez mais atraente para as empresas que desejam otimizar suas operações logísticas e atender às necessidades de seus clientes de forma mais eficiente.

Como implementar o cross docking em uma empresa?

Para a implementação eficiente de um cross docking o primeiro passo necessário é investir em um bom ERP, solução de software que ajuda empresas a organizar e planejar como vão distribuir seus recursos.

Um bom ERP ajuda contribui para que toda a empresa tenha informações corretas sobre o que está acontecendo, permitindo que o sistema funcione de maneira eficiente.

Afinal, é preciso saber quando cada mercadoria chegará, em qual quantidade e para onde ela deverá ir. 

Também é preciso cuidar do relacionamento e da comunicação com os parceiros – em especial, os fornecedores e as empresas que farão o cross docking por você. 

Se tudo tem de funcionar como uma engrenagem para não haver desabastecimento no meio da cadeia, é preciso que todas as partes estejam informadas e prontas para atuar dessa forma.

É algo que pode trazer custos extras aos fornecedores, por exemplo, então é importante negociar com eles para mostrar que essa operação pode trazer ganhos para todos – em velocidade e maiores vendas, por exemplo.

A equipe da sua empresa, claro, também deve estar preparada para encarar esse novo sistema de frente. Além disso, também precisa lidar com os clientes e eventuais queixas que podem acontecer por falhas na fase de adaptação. 

Mas, para simplificar o processo, pode ser interessante analisar a contratação de uma transportadora que já funcione com um centro de distribuição integrado.

Ao mesmo tempo, é bom checar se a transportadora que você planeja utilizar emprega o cross docking como método — caso contrário, será um enorme trabalho perdido. 

Esta publicação te ajudou? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.

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