A preocupação com o meio ambiente não é novidade para o setor de transportes — um dos maiores responsáveis pela emissão de poluentes. Para reduzir os impactos deixados pelos veículos, foi criado o Proconve, uma medida que todo gestor de frotas deve conhecer.
Um dos motivos que levam à importância de medidas como o Proconve são os números alarmantes: os veículos são responsáveis por 72,6% da emissão de gás efeito estufa, o principal causador do aquecimento global.
Embora este dado se refira apenas a São Paulo, a maior cidade do Brasil, o mesmo se repete nos grandes centros urbanos do país.
E é para isso reverter essa situação que o Proconve existe, além de aplicar medidas regulatórias que minimizem os impactos ambientais causados por veículos.
Neste artigo, você vai entender melhor como o Proconve funciona e como a nova fase do programa impacta na gestão de frotas. Vale lembrar que estes são os primeiros passos que sua frota se estabeleça como uma empresa que possui responsabilidade ambiental. Confira!
Índice:
Proconve: o que é e como funciona?
Nos últimos anos, o aquecimento global ganhou muito destaque nas discussões sobre meio ambiente. Mas a verdade é que a discussão já existe há muitos anos, pois ainda em 1986 foi lançado o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).
O Proconve é uma determinação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e surgiu para controlar e reduzir as emissões de gases poluentes por veículos.
Para que este controle seja feito, o Proconve estabelece padrões de emissão de poluentes, como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP). Todos os padrões são obrigatórios, tanto para fabricantes de veículos quanto para quem trabalha com veículos.
Vale lembrar que os padrões são atualizados periodicamente, conforme a tecnologia avança e são fabricados veículos mais sustentáveis.
Os resultados do programa já são visíveis: desde sua implementação, o Proconve conseguiu reduzir 98% na emissão de poluentes, segundo o IBAMA.
Ao longo dos anos, o Proconve passou por várias fases. Cada uma delas com atualizações ainda mais rídigas para o controle de emissão de poluentes.
As 07 fases do Proconve
Até o momento, o Proconve possui oito fases, P1 a P8, com a última lançada oficialmente neste ano (2023). Confira a linha do tempo com todas as medidas do Proconve e o que esperar da P8.
1. P1 (1986)
Lançamento dos primeiros padrões de emissão de poluentes no Brasil. Os limites foram estabelecidos para NOx (nitróxido de carbono) e MP (material particulado). Para que os objetivos fossem alcançados, foi feita a recalibragem dos sistemas de injeção de combustível dos veículos.
2. P2 (1994)
Atualização de novos padrões de emissão de poluentes, com inclusão de diretrizes sobre o processo de inspeção dos veículos a diesel. Para atender as normas, foi necessário modificar as câmaras de combustão e implantar sistemas de resfriamento do ar de admissão.
Na P2, também foram estabelecidos limites para a emissão de ruídos por veículos em aceleração e em repouso.
3. P3 (1996)
Os limites ficaram ainda mais rigorosos. Para seguir as normas, os fabricantes precisaram fazer maiores mudanças nos veículos. Os caminhões passaram a ter bombas injetoras de alta pressão, turbo e intercooler.
4. P4 (2000)
Na fase 4, o Proconve apontou poucas mudanças, mas foi exigido que 80% dos veículos atendessem as regras determinadas. Foram feitas melhorias nos projetos dos motores e sistemas de injeção de combustível, além da implantação do sistema de multiválvulas.
5. P5 (2004)
A Proconve volta a ser mais rígida com os limites de emissão. Nesta fase, surgem os motores eletrônicos, que garante a injeção de combustível com altíssima pressão. A nova tecnologia auxiliou na adequação dos veículos para os limites estabelecidos.
Na P5, também há destaque para o desenvolvimento de insumos limpos pelas refinarias. No Brasil, é adicionado 22% de álcool à gasolina, o que o torna um produto de baixo impacto ambiental — mas também de qualidade inferior.
6. P6 (2009)
Nesta fase, foi a primeira vez que o Brasil não conseguiu atingir os limites estabelecidos, devido à falta de diesel adequado. Por conta disso, muitas áreas foram afetadas no desenvolvimento e na logística do combustível.
7. P7 (2012)
A penúltima fase lançada, com meta de redução de 60% nas emissões de óxidos de nitrogênio. Dentre as outras mudanças estabelecidas, está a ampliação do uso do Aria 32, um composto químico injetado no escapamento do veículo.
O Aria 32 converte partículas de óxido de nitrogênio presentes na fumaça em nitrogênio e água e consegue reduzir até 98% das emissões poluentes à atmosfera.
2023: o ano da P8 do Proncove
Em janeiro de 2023, foi oficializado o lançamento da P8 do Proconve. Agora, a lei também passa a contemplar veículos comerciais (equipados com motores a diesel e peso bruto total a partir de 3,5 toneladas).
Modelos com peso inferior a 3,5 toneladas (como furgões e vans) já atendem a legislação desde janeiro de 2022.
As principais mudanças da P8 se referem à emissão de gases via escapamento, além de rotinas de testes para homologação e aprimoramento do sistema de autodiagnóstico do motor (OBD).
Como a P8 do Proconve impacta no dia a dia da frota?
Com a P8 da Proconve em vigor, os gestores de frota precisam estar muito atentos para garantir que seus veículos estejam adequados às regras do programa.
Para isso, o gestor de frota deve analisar os documentos da resolução e se certificar que os automóveis utilizados estejam dentro do limite de emissão dos poluentes especificados. O mais indicado é conferir diretamente com a empresa fabricante dos veículos quanto aos modelos.
Caso o veículo não esteja adequado à P8, o gestor, com apoio da fabricante, devem verificar quais ajustes precisam ser realizados no veículo.
Para além disso, a gestão da frota também precisa estar muito atenta a outros pontos, como a escolha de veículos mais limpos para a frota.
Hoje, o mercado possui inúmeros modelos de veículos considerados mais limpos e sustentáveis. Isto é, que emitem menos poluentes na atmosfera.
Quando a frota passa a olhar para modelos sustentáveis, ela tanto já se encontra adequada às exigências da Proconve, quanto firma o compromisso da empresa com o meio ambiente e a sociedade.
Afinal, os impactos ambientais viraram um problema de saúde pública, uma vez que o ar poluído pode causar diferentes problemas respiratórios.
Como implementar sustentabilidade na frota?
Existem algumas estratégias muito eficazes para que a frota torne seu dia mais sustentável. O conceito de “frota verde” vem ganhando popularidade por ajudar a otimizar a eficiência da frota, quanto até mesmo reduzir custos.
Separamos as principais práticas que podem ser aplicadas na gestão.
Otimização de rotas
Na hora de planejar as rotas da frota, opte pelas rotas com menor consumo de combustível — e, portanto, que vão emitir menos gases.
Além de economizar, a frota vai otimizar o tempo de percurso até o destino e, como consequência, ainda ajudar o meio ambiente.
Dica: para escolher as rotas mais econômicas, utilize um sistema de roteirização de frotas!
Manutenção dos veículos sempre em dia
Uma outra prática sustentável (tanto para o ambiente quanto para o bolso) é a de manter a rotina de manutenção dos veículos sempre em dia.
A manutenção preventiva ajuda a identificar possíveis danos no veículo, que muitas vezes acabam aumentando a emissão de poluentes. Com esse tipo de problema sendo identificado e reparado com antecedência, você também evita problemas ainda maiores com os veículos.
Dica: com o software de gestão de frotas da Cobli, você recebe lembretes automáticos com os dias de manutenção para cada veículo da frota.
São medidas simples e fáceis de aplicar, mas que já fazem uma grande diferença para a sua frota e também para o mundo.
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