Quando a gente fala em taxa de gravidade de acidentes, parece coisa de planilha ou norma técnica, né? Mas esse número diz muito sobre o dia a dia de quem trabalha, especialmente quando um acidente acontece e alguém precisa se afastar.
Entender o cálculo da taxa de gravidade é um passo importante para quem quer cuidar melhor da equipe e organizar a gestão de segurança da frota com mais clareza. Afinal, cada dia perdido por conta de um acidente no trabalho não afeta só a produtividade, mas também a saúde ocupacional e o clima da operação.
Neste artigo, vamos mostrar por que e como calcular a taxa de gravidade de acidentes, com exemplos práticos, explicação da fórmula e o papel da tecnologia nesse processo. Se você já percebeu que é hora de trocar controles manuais por algo mais eficiente, entender esses indicadores de segurança é um ótimo ponto de partida, e uma plataforma de gestão de frotas pode ser a aliada que faltava para reduzir riscos e melhorar a prevenção de acidentes.
Índice:
O que é a Taxa de Gravidade de Acidentes?
Quem trabalha com segurança do trabalho ou lida com a rotina de operação de frotas já deve ter ouvido falar da taxa de gravidade de acidentes. Mas entender de verdade o que ela representa faz toda a diferença na hora de tomar decisões mais conscientes sobre a gestão de acidentes e a prevenção de riscos.
Esse indicador ajuda a traduzir em números algo que impacta diretamente a empresa: os afastamentos causados por acidentes no trabalho e o quanto eles comprometem o ritmo da operação. Em 2023, segundo dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram registrados 499.955 acidentes de trabalho no país.
Entre os setores com mais ocorrências de mortes e lesões graves estão a Construção Civil e o Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros, o que reforça a importância de acompanhar esses dados de perto, especialmente na gestão de frotas.
Definição e Conceito
A taxa de gravidade de acidentes mede a quantidade de dias perdidos em razão de acidentes que causaram afastamento, considerando uma base de um milhão de horas-homem trabalhadas. Ou seja, quanto mais grave for um acidente e quanto mais tempo uma pessoa precisar ficar fora do trabalho por causa dele, maior será a taxa.
Esse indicador é essencial para empresas que buscam acompanhar a saúde ocupacional de seus colaboradores e manter uma gestão de segurança eficiente. Mais do que uma exigência legal, entender esse número é uma forma de agir com responsabilidade e planejamento.
Ao lado da taxa de frequência, ele compõe os principais indicadores de segurança utilizados para avaliar riscos, definir estratégias de treinamento de segurança e reduzir os custos com afastamentos.
Por que calcular a Taxa de Gravidade de Acidentes?
Calcular a taxa de gravidade de acidentes é ter clareza sobre os impactos reais que os acidentes de trabalho causam dentro da empresa. Quando um colaborador se afasta por dias (ou até semanas), não é só a produtividade que é afetada: há custos diretos, reestruturação de equipes, pressão sobre os colegas e até prejuízos à segurança do ambiente de trabalho.
Saber exatamente quantos dias perdidos estão sendo registrados e como isso varia ao longo do tempo ajuda na tomada de decisão, na gestão de segurança e no planejamento de ações de prevenção de acidentes mais eficientes. Além disso, esse indicador pode servir como termômetro para avaliar se os investimentos em treinamento de segurança, tecnologia ou revisão de processos estão, de fato, funcionando.
Com o apoio de uma boa plataforma de dados, como uma solução de gestão de frotas, fica mais fácil identificar padrões, agir mais rápido e promover uma cultura mais segura para todo mundo.

Como calcular a Taxa de Gravidade de Acidentes?
Depois de entender o que é e por que esse indicador importa, chega a hora de colocar a mão na massa. O cálculo da taxa de gravidade é simples, mas exige atenção aos dados corretos. Ele leva em conta dois elementos principais: o número total de dias perdidos por afastamento e a quantidade de horas-homem trabalhadas no período analisado.
A seguir, vamos mostrar como usar a fórmula da taxa de gravidade e depois um exemplo prático para ilustrar melhor.
Fórmula de Cálculo
A fórmula padrão usada para calcular a taxa de gravidade de acidentes é a seguinte:
TG = (Número de dias perdidos x 1.000.000) / Total de horas-homem trabalhadas
- Dias perdidos: são os dias de afastamento dos trabalhadores por conta de acidentes.
- Horas-homem: somatório de horas efetivamente trabalhadas por todos os colaboradores no período avaliado.
Esse cálculo permite padronizar a medição da gravidade, facilitando a comparação entre períodos diferentes ou até entre empresas de portes distintos.
Exemplo Prático
Vamos imaginar uma empresa que, ao longo do ano, registrou 3.000.000 de horas-homem trabalhadas e teve 150 dias perdidos por conta de acidentes no trabalho.
Aplicando na fórmula:
TG = (150 x 1.000.000) / 3.000.000
TG = 150.000.000 / 3.000.000
TG = 50
Ou seja, a taxa de gravidade de acidentes da empresa, nesse caso, é 50. Esse número ajuda a avaliar se os resultados da gestão de segurança estão dentro do esperado, se houve melhora em relação ao ano anterior ou se é preciso reforçar ações de prevenção de acidentes. Com o suporte de uma plataforma de gestão, esse controle se torna mais ágil, preciso e fácil de monitorar no dia a dia.
Parâmetros considerados no cálculo
Para que o cálculo da taxa de gravidade de acidentes seja eficiente e reflita a realidade da empresa, é essencial entender de onde vêm os números que alimentam a fórmula. Cada item — dos acidentes de trabalho aos dias perdidos, passando pelas horas-homem — traz informações valiosas sobre a exposição ao risco e o impacto real na operação. A seguir, explicamos melhor esses três parâmetros.
Acidentes de Trabalho
O primeiro ponto é identificar os acidentes de trabalho que devem ser considerados no cálculo. Entram aqui os acidentes com afastamento, ou seja, aqueles que exigem que o colaborador fique um ou mais dias longe da atividade. Isso inclui desde acidentes leves com um único dia de ausência até ocorrências mais graves resultantes em semanas ou meses afastados. Acidentes sem afastamento, ainda que relevantes para outras análises, não entram na conta da taxa de gravidade.
Dias Perdidos e Dias Debitados
Os dias perdidos são aqueles que o trabalhador ficou afastado por motivo de acidente. Já os dias debitados, também chamados de dias computáveis, incluem os domingos e feriados entre o início e o fim do afastamento.
Por isso, é importante considerar o total de dias corridos, e não somente os úteis. Esse número é essencial para medir o impacto real na operação e alimentar corretamente a fórmula da taxa de gravidade de acidentes.
Horas-Homem de Exposição ao Risco
Por fim, temos o total de horas-homem trabalhadas, também chamado de horas-homem de exposição ao risco. Esse dado representa o volume de trabalho efetivamente realizado por todos os colaboradores em um determinado período.
Normalmente, ele é calculado com base na jornada mensal média dos trabalhadores multiplicada pelo número de empregados e pelo número de dias úteis no período. Esse número serve como base de comparação e é o divisor na fórmula da taxa de gravidade, permitindo uma análise proporcional entre empresas ou setores diferentes.
Como utilizar a Taxa de Gravidade na gestão de segurança
A taxa de gravidade de acidentes não deve ser apenas um número guardado em relatórios, ela precisa fazer parte ativa da rotina de análise e tomada de decisão. Quando acompanhado constantemente, esse indicador ajuda a identificar pontos de atenção, priorizar ações e reforçar a gestão de segurança de forma estratégica. Se os dias perdidos estão aumentando, por exemplo, pode ser um sinal de que os acidentes de trabalho têm sido mais graves ou que há falhas nos processos de prevenção de acidentes.
Com esse dado em mãos, é possível revisar políticas de treinamento de segurança, investigar causas com mais profundidade e até repensar como a empresa organiza suas atividades de risco. Além disso, a taxa de gravidade serve como argumento em apresentações para lideranças e auditorias, mostrando o compromisso da empresa com a segurança do trabalho e a saúde ocupacional.
Ao integrar esse acompanhamento com uma plataforma de gestão de frotas, por exemplo, o processo se torna mais inteligente: é possível cruzar informações sobre rotas, jornada, comportamento ao volante e incidentes, o que permite ações mais rápidas e eficientes para a redução de acidentes e a construção de um ambiente mais seguro para todos.

Dicas para reduzir a Taxa de Gravidade de Acidentes
Reduzir a taxa de gravidade de acidentes não é tarefa de um dia só, mas pequenas ações bem planejadas fazem diferença no longo prazo. O primeiro passo é entender que esse indicador está diretamente ligado à gravidade dos acidentes de trabalho e ao tempo de afastamento dos colaboradores. Por isso, quanto mais eficientes forem as estratégias de prevenção de acidentes, menor tende a ser o impacto registrado em dias perdidos.
Algumas boas práticas incluem:
- Investir em treinamentos recorrentes: capacitar os colaboradores sobre riscos, boas práticas e uso correto de equipamentos reduz as chances de acidentes graves;
- Mapear e monitorar áreas de risco: identificar pontos críticos da operação permite agir de forma preventiva;
- Revisar procedimentos de segurança do trabalho: atualizar protocolos com base em ocorrências anteriores é essencial para evitar repetição de falhas;
- Usar tecnologia a favor da segurança: plataformas de gestão de frotas, por exemplo, ajudam a acompanhar o comportamento ao volante, controlar jornadas e evitar situações de risco;
- Promover uma cultura de cuidado coletivo: incentivar os times a reportarem riscos e cuidarem uns dos outros fortalece a gestão de motoristas como parte da rotina.
Com esse conjunto de ações, a empresa não apenas reduz a taxa de gravidade de acidentes, mas também melhora o ambiente de trabalho, valoriza as pessoas e avança na construção de uma cultura sólida de segurança do trabalho.
Tecnologia e Gestão de Segurança no Trabalho
A gestão de segurança no trabalho ganhou um grande aliado nos últimos anos: a tecnologia. E isso faz toda a diferença na prática. Em vez de depender só de planilhas, relatórios manuais e reações tardias aos acidentes de trabalho, as empresas que usam plataformas inteligentes conseguem acompanhar os indicadores de segurança, como a taxa de gravidade de acidentes, em tempo real e com muito mais precisão.
Com uma plataforma de gestão de frotas e uso de ferramentas como a videotelemetria, por exemplo, é possível cruzar dados sobre jornada, velocidade, pausas e comportamento ao volante. Isso permite identificar padrões de risco, antecipar problemas e agir preventivamente, reduzindo tanto a frequência quanto a gravidade dos acidentes.
Além disso, a tecnologia ajuda a organizar escalas, evitar sobrecarga e manter registros atualizados, o que também colabora com a redução de acidentes e dos dias perdidos por afastamento. Ou seja, quando a tecnologia entra em cena, a gestão de segurança deixa de ser apenas corretiva e se torna mais estratégica.
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