cross docking

Cross docking: o que é e como implementar de forma eficiente?

No mundo de hoje, cada vez mais pessoas utilizam o comércio eletrônico para fazer suas compras – segundo dados da consultoria Ebit/Nielsen. Para que esse setor cresça, algumas coisas são necessárias: além de bom preço e atendimento satisfatório, é preciso que os produtos cheguem rápido à casa dos consumidores.

Não é algo simples, mas que pode se tornar mais fácil dentro da sua empresa caso você adote um sistema de cross docking – uma solução que demanda algum esforço para ser implementada, mas resulta em mais agilidade, custo mais baixo e clientes mais satisfeitos

O que é o cross docking?

O conceito de cross docking (“cruzamento de docas”, em tradução literal) é um sistema de distribuição no qual o produto que é pedido pelo cliente é enviado para um centro de distribuição específico.

De lá, a mercadoria é redirecionada de forma organizada para chegar até o cliente – muitas vezes, em um único veículo vão mercadorias de diferentes fontes diferentes, mas cujo destino é um bairro ou cidade específica.

O termo surgiu por conta da distribuição de produtos por meio de navios: mercadorias que desembarcavam de um contêiner já eram despachadas, por meio de esteiras rolantes, até os veículos que as levariam à destinação final. 

Como funciona o cross docking?

O cross docking é um sistema derivado do Just In Time, sistema de logística implementado pela Toyota: a empresa só requisitava uma determinada peça para sua linha de montagem se houvesse a necessidade dela na produção. Se não houvesse necessidade, a peça não deveria ser armazenada pela empresa – o objetivo era reduzir os gastos com estoque e eventuais perdas que existem quando esse tipo de prática é adotada. 

Para um sistema ser chamado de cross docking de forma efetiva, há estudiosos que defendem que uma mercadoria não pode passar mais de 24 horas no mesmo local. A segunda é que o sistema não deve empregar estoque de forma majoritária – apenas áreas de distribuição e de coleta (picking é o termo mais usado em inglês). 

Por fim, é preciso ter um sistema eficaz que una todas as pontas, desde o fornecedor do seu produto até o centro de distribuição que será responsável por enviá-los.

O fornecedor, por exemplo, deve estar pronto para conseguir enviar a mercadoria de forma instantânea após o pedido, de forma que sua empresa não gaste muito tempo manuseando ou processando a ordem.

Já o centro de distribuição precisa ter um sistema eficiente de direcionamento – funcionalidades como código de barras e etiquetas RFID (radiofrequência) são bem úteis nessas horas. 

Tipos de cross docking

Há três tipos principais de cross docking. Vamos a eles:

Movimentação contínua

Neste método, tudo tem de funcionar como um relógio suíço. O centro de distribuição recebe as mercadorias e as despacha o mais rápido possível, para evitar acúmulo de produtos e, assim, necessitar de estoque. 

Movimentação consolidada ou híbrida

Aqui, as mercadorias são recebidas pelo centro de distribuição e podem ter destinos diferentes. Alguns produtos podem ser direcionados ao cliente final, como na movimentação contínua. Já outros podem ser direcionados a um estoque anexo, sendo combinados com vários produtos, formando pedidos completos que, aí sim, serão redirecionados.

É algo comum quando uma mesma empresa têm produtos de alto giro ou baixo valor agregado (e que podem ficar em estoque pois têm custo menor) e produtos que têm alto valor agregado e baixo giro (que se adequam melhor ao cross docking).

Assim, se houver um produto mais caro e um mais barato no mesmo pedido, eles devem ser “unidos” antes de serem encaminhados para o cliente final – obviamente. 

Movimentação de distribuição

Muito utilizada para entregas de empresas para empresas (B2B, na sigla em inglês). Nesta modalidade, os produtos são recebidos e separados para distribuição em cargas para os clientes. 

Qual a diferença entre cross docking e transit point?

A diferença principal entre o cross docking e o transit point é a quantidade de empresas atendidas. Normalmente, o cross docking é um serviço oferecido por centros de distribuição para múltiplas empresas – recentemente, companhias como MercadoLivre, Dafiti e a maioria dos sites que permitem que terceiros façam vendas em suas plataformas (os chamados marketplaces) adotaram algo parecido. 

Já o transit point (ponto de trânsito, na tradução literal) é algo que faz mais sentido para grandes empresas e é apenas um ponto de passagem: se o modal for rodoviário, ele consiste basicamente na divisão de cargas de um grande caminhão, por exemplo, para veículos menores que consigam capilarizar as entregas em uma grande cidade ou uma região interiorana.

Por sua complexidade menor, o transit point recebe produtos de apenas uma única empresa ou fonte. 

Benefícios do cross docking

O principal benefício do cross docking é evidente: ele diminui o custo logístico de uma empresa, porque simplesmente é capaz de simplificar ou eliminar o estoque.

Além disso, ao ser bem implementado, ele reduz o tempo da entrega e, por consequência, o lead time –o tempo que um pedido leva para ser realizado.

Entrega feita em menos tempo significa um cliente mais satisfeito – e em caso de cargas perigosas, diminui as chances de perdas, contaminação ou fim do prazo de validade. 

Por não ter um estoque, ele diminui a chance de furtos de produtos, uma das principais causas de perdas da cadeia logística no Brasil.

De quebra, ao não prescindir de armazenamento e ter gasto menor, o cross docking permite a muitas empresas que reduzam sua necessidade de capital de giro – uma vez que montar um estoque é uma operação bastante custosa, envolvendo o aluguel ou a construção de um grande espaço e toda a organização. 

Como implementar?

O primeiro passo necessário para implementar o cross docking é investir em um bom ERP (Enterprise Resource Planning, na sigla em inglês). Trata-se de uma solução de software que ajuda empresas a organizar e planejar como vão distribuir seus recursos.

Um bom ERP ajuda todos da equipe – seja quem está com a mão na massa ou os gestores que supervisam a operação, além de parceiros estratégicos – a terem informações corretas sobre o que está acontecendo, permitindo que a sincronia necessária para o sistema funcionar exista.

Afinal, é preciso saber quando cada mercadoria vai chegar, em qual quantidade e para onde ela deve ir. 

Também é preciso cuidar do relacionamento e da comunicação com os parceiros – em especial, os fornecedores e as empresas que farão o cross docking por você. Se tudo tem de funcionar como uma engrenagem para que não haja desabastecimento no meio da cadeia, é preciso que todas as partes estejam conversadas e estejam prontas para atuar dessa forma.

É algo que pode trazer custos extras aos fornecedores, por exemplo, então é importante negociar com eles para mostrar que essa operação pode trazer ganhos para todos – em velocidade e maiores vendas, por exemplo. A equipe da sua empresa, claro, também deve estar preparada para encarar esse novo sistema de frente. 

Além disso, a equipe precisa estar pronta para lidar com os clientes e eventuais queixas que podem acontecer por falhas na fase de adaptação. Mas, para isso ser o mais sensível o possível para todos, pode ser interessante analisar a contratação de uma transportadora que já funcione com um centro de distribuição integrado.

Ao mesmo tempo, é bom checar se a transportadora que você pretende utilizar emprega o cross docking como método – caso contrário, será um enorme trabalho perdido. 

Esta publicação te ajudou? Confira também outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota em nosso blog.

Fale com nossos especialistas!

Estamos disponíveis para tirar dúvidas e demonstrar o sistema de rastreamento e monitoramento de frotas da Cobli em ação.

Teste grátis

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *