Responsável por cerca de 7% do PIB do Brasil, a construção civil é um dos setores mais importantes da economia brasileira. Parte desse número se deve ao bom planejamento de obras e execução das mesmas.
No entanto, a construção civil também é cheia de ineficiências e falta de produtividade – desperdícios e atrasos são duas palavras comuns no vocabulário do setor.
É por conta disso que qualquer empresa que faz uma construção deve ter um bom planejamento, principalmente de obras.
Afinal, com o planejamento, é possível reduzir bastante o desperdício e os gargalos da atividade, reduzindo também os custos e aumentando a produtividade do setor.
Já pensou como seria se toda a economia fosse assim?
Seria ótimo, não é mesmo? Mas você pode fazer a sua parte, começando pela sua obra.
Neste texto, vamos falar sobre a importância de um bom planejamento de obras e ajudar sua empresa ou parceiro comercial a realizar bem o seu planejamento, passo a passo.
Também vamos falar sobre o impacto da logística dentro do planejamento de uma obra e como a tecnologia pode ser uma aliada nesse processo. Mãos à obra?
Índice:
O que é o planejamento de obras?
O planejamento de obras, como o nome diz, é uma forma de prever como será cada etapa da execução de uma construção ou reforma.
A partir dele, é possível entender quais os objetivos para os empreendimentos, os prazos e ritmos de cada etapa, bem como delinear os pontos críticos e mapear possíveis soluções ao longo do tempo.
Também é possível entender quais serão os profissionais requisitados para o processo e quando eles serão necessários; bem como os recursos financeiros e materiais.
Assim, qualquer pessoa que participa do projeto pode entender bem o que está acontecendo e interferir nele, reduzindo sua ineficiência e aumentando seu nível de qualidade.
Um bom planejamento de obras, além de prever os recursos e as pessoas que participarão do processo, também deve considerar possíveis problemas que podem acontecer, gerando gargalos, atrasos ou até mesmo retrocessos.
Quer um exemplo? Se uma obra precisa de escavação de terras para a fundação, pode ser um problema fazer isso em um mês que chove muito, o que pode atrasar os trabalhos.
Um bom planejamento pode detalhar esse possível atraso e deixar claro o que deve ser feito caso isso aconteça.
Além disso, vale a pena lembrar que nenhum planejamento de obra está escrito em pedra: é importante revisá-lo ao longo do processo, pois várias coisas podem mudar.
Entre elas, o custo dos materiais, a disponibilidade dos profissionais ou até mesmo as condições do terreno, do clima e da própria execução da obra.
Para construir um bom planejamento, é importante considerar diversos elementos presentes na obra, e é sobre eles que vamos falar agora.
Saiba como fazer o planejamento de obras, passo a passo
Um bom planejamento de obras pode ser composto de diversos passos: nesta parte do texto, vamos falar de cada um deles.
1. Estrutura Analítica do Projeto
Também chamada de EAP, a Estrutura Analítica do Projeto consiste em uma lista de todas as atividades e subatividades que serão feitas na obra.
Com esse planejamento, é possível desmembrar o projeto em pequenas partes, organizando o que deve ser feito e quando isso precisa ser feito.
Ao longo da obra, essa estrutura também pode ajudar os gestores a entender quais partes estão evoluindo bem e o que é preciso ser feito para resolver o que está faltando.
É importante pensar que o nível de detalhe de uma EAP deve ser compatível com a estrutura da empresa: se ela for muito detalhada, pode acabar atrapalhando em vez de ajudar, por exemplo.
2. Definição dos tempos
Ao entender o que é preciso ser feito e qual será a ordem das atividades, é possível entender também qual será o tempo médio de cada atividade.
Errar qual é o tempo médio de execução de uma parte da obra pode atrapalhar muito o planejamento, e muitas vezes os profissionais não tem conhecimento sobre o assunto.
Além disso, nessa parte, é importante também pensar nos imprevistos que podem impactar a execução – já falamos sobre as chuvas, não é mesmo?
Por conta disso, é importante que o planejamento seja feito junto com pessoas que tem experiência no projeto, como engenheiros, empreiteiros e mestres de obras, capazes de dar a visão prática da execução.
Assim, é possível fazer cálculos de prazos mais precisos, bem como fazer com que todos assumam o compromisso com o que for estabelecido nas metas.
3. Dependência entre atividades
Mais do que só saber o tempo que cada coisa precisa para ser executada, é preciso entender quais atividades precisam vir primeiro na obra.
Qualquer pessoa sabe, por exemplo, que é impossível fazer a pintura sem ter a alvenaria, mas nem todo mundo sabe que, dependendo dos materiais, é melhor fazer a pintura antes da colocação de pisos, por exemplo.
Assim, é importante identificar a relação de dependência entre as tarefas e criar uma hierarquia entre elas.
Dessa forma, junto com o tempo médio de cada atividade, será possível criar um cronograma mais amplo da obra.
4. Listagem dos recursos
Com o cronograma feito, é possível listar quais projetos, materiais, equipamentos e até mesmo recursos humanos serão necessários para cada parte do projeto.
É claro que, em alguns casos, essa organização pode ser feita digitalmente.
Em muitos casos, será importante não só fazer a listagem, mas também entender a logística de cada parte do processo – algo que a Cobli pode ajudar bastante.
Afinal, se um material não estiver disponível na hora certa, a obra pode atrasar; mas com a ajuda da Cobli, serviços de roteirização e rastreamento para os fornecedores podem aumentar a previsibilidade da obra.
5. Recalculando a rota
Uma obra, como muitos projetos, está sujeita a imprevistos – mas eles não podem ser justificativa para vários atrasos.
Afinal, se seu planejamento foi bem feito, ele já deve ter considerado possíveis entraves no meio do processo.
Mas ainda assim, é importante saber que o planejamento de obras pode e deve ser revisto ao longo do processo, se for necessário.
No entanto, é melhor trabalhar com períodos de folga entre uma e outra atividades, sendo possível adiantar a obra, do que o contrário.
6. Orçamento e viabilidade
Com todas as partes acima bem delineadas, você consegue fazer um bom orçamento da obra, entendendo se ela é viável – tanto por caber no bolso da empresa ou por saber se ela é capaz de gerar lucro para a construtora.
Vale lembrar que é preciso considerar diversas informações dentro desse processo, incluindo:
- Utilização de equipamentos e ferramentas;
- Custo de execução da fundação;
- Custos para preparo do terreno;
- Custos de mão de obra e/terceirização;
- Prazos de cada etapa da obra;
- Taxa de remuneração da construtora;
- Custo de projetos de arquitetura, estrutura, elétrica, hidráulica, ambiental, etc;
- Custos de regularização e licenciamento da obra;
- Se aplicável, custos de financiamento da obra;
- O próprio cálculo do orçamento de obra;
- Custo de organização do cronograma de obra;
- Custos de equipe de acompanhamento da obra;
- Planejamento de vendas, se aplicável.
Se você tiver dificuldade para lidar com os cálculos dessas partes, não tem problema.
A gente pode te ajudar com essa planilha especial para orçamentos de obras. É só baixar e utilizar!
Qual é a importância de se fazer um planejamento de obras?
Como você pode imaginar, fazer um bom planejamento de obras pode ser muito importante para garantir o sucesso de um empreendimento.
Há muitas vantagens em se fazer um bom planejamento de obras, e entre elas estão:
- Previsibilidade dos custos;
- Redução de custos;
- Aumento da eficiência da obra;
- Aumento da produtividade da obra;
- Redução dos atrasos;
- Profissionais menos ociosos e mais satisfeitos;
- Prazos mais realistas e clientes mais satisfeitos;
- Metas realistas e envolvimento dos profissionais;
- Maior lucro, caso a obra seja de uma construtora que realiza vendas posteriores;
- Melhor relação com fornecedores e clientes;
- Facilitação para regularização da obra;
- Diferenciação de qualidade contra concorrentes; entre outros.
Sobre esse último ponto, vale dizer: não são muitas as construtoras no Brasil que dedicam tempo da obra para o planejamento.
No Brasil, esse índice costuma ser de cerca de um terço do tempo total, enquanto países como Japão e Alemanha costumam chegar a até 50% do tempo previsto.
Como a tecnologia pode ajudar o planejamento de uma obra?
Como já falamos, a tecnologia pode ajudar bastante no planejamento de uma obra.
Afinal de contas, é possível utilizar diversos sistemas para o planejamento e o monitoramento das atividades, desde planilhas simples até softwares de gestão mais sofisticados.
Uma ferramenta cada vez mais utilizada na construção civil é a Business Intelligence, que utiliza dados do mercado para ajudar na tomada de decisões.
Além disso, já falamos também sobre como a roteirização e o rastreamento de veículos pode ajudar a parte logística da sua obra, reduzindo atrasos e problemas.
Se você precisa de ajuda com essa última parte, a Cobli pode te ajudar: fale com um de nossos especialistas!
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