O ROI em logística é uma das métricas mais importantes para calcular a lucratividade da frota. A sua diferença está na medição do lucro em cima do que foi investido no setor logístico. Para frotas que buscam otimizar processos e reduzir custos em 2023, o cálculo do ROI é um passo essencial.
A logística das frotas é caracterizada por envolver várias atividades ao mesmo tempo. O gestor precisa acompanhar todo o processo e ser capaz de identificar o que funciona e o que não.
E, para que este tipo de decisão seja tomada com assertividade, é utilizado o ROI. Afinal, é o indicador que analisa se o que foi investido está trazendo os resultados esperados. A partir disso, o gestor de frotas decide o que se mantém e o que muda no processo.
Nesta publicação, explicamos detalhadamente como calcular o ROI e como fazer a leitura correta desta métrica para a sua frota. Continue a leitura!
Índice:
Antes de tudo: o que é ROI?
O ROI é uma sigla inglês para Return Over Investment — ou Retorno sobre o investimento, em português. Como o próprio nome indica, é o cálculo de quanto um determinado investimento trouxe de retorno positivo (lucro) ou negativo (prejuízo).
A análise do ROI pode ser aplicada de diferentes maneiras. É possível calcular o ROI de projetos específicos, de todo um setor ou até mesmo da empresa toda.
No caso do ROI em logística de frotas, por exemplo, o cálculo deve contemplar todos os investimentos realizados para que a operação logística funcione.
Em resumo, a fórmula para calcular o ROI é a seguinte:
ROI: (Valor ganho – valor investido) / Valor investido x 100
Agora, um exemplo de como aplicar essa fórmula na prática.
Uma empresa investiu R$1000 em uma tecnologia e teve ganhos de R$2000. Nesse caso, o investimento se paga e o ROI é de 100%, um ROI positivo.
ROI = (2000-1000) / 1000
Mas caso uma empresa invista R$1000 em uma tecnologia e obtenha um retorno de R$500, o ROI será negativo — o que mostra que o investimento trouxe prejuízos.
Com este cálculo, a empresa consegue classificar quais investimentos deram certo e devem continuar, e também aqueles investimentos que não funcionaram e precisam ser repensados.
Por que utilizar o ROI em logística de frotas?
Para gestores de frotas, a redução de custos foi classificada como 3ª maior prioridade, correspondendo a mais de 77,83% das respostas. É o que diz a pesquisa da Trimble, lançada em 2022.
A mesma pesquisa também apresenta a produtividade como a 4ª prioridade, com 72,41% das respostas.
Tanto a redução de custo quanto a produtividade são aspectos que o ROI impacta diretamente.
E como o ROI ajuda a reduzir custos?
Um dos passos mais importantes para reduzir custos é identificar quais investimentos estão gerando retorno positivo. É aqui onde o ROI entra.
São estes investimentos que precisam ser mantidos na empresa. Já para os investimentos cujo retorno aparecem como prejuízos, é preciso investigar os motivos que levam a isso e considerar cortar estes investimentos da empresa.
Assim, a frota consegue concentrar seus investimentos no que efetivamente gera lucro, mantendo a sustentabilidade financeira do negócio.
Quanto à produtividade, basta pensar da seguinte forma: como fazer mais gastando menos?
Por consequência, a otimização de custos vai gerar o aumento da produtividade. Pois o investimento que está sendo realizado, seja em ferramentas, pessoas ou produtos, está gerando lucro à empresa.
Na prática, o gestor de frotas consegue determinar eficiência dos investimentos realizados em veículos, tecnologias de rastreamento, manutenção e treinamento de motoristas, entre outros.
Lembrando que o ROI também pode ser utilizado para analisar um determinado período, como cada trimestre do ano ou até mesmo cada mês.
ROI x Metas da empresa: qual a relação?
Um ponto importante sobre o ROI em logística é como o gestor de frotas utiliza esse dado. O ROI é uma métrica, mas o gestor deve ser capaz de analisá-la ao fazer sua combinação com outros dados importantes do negócio.
É possível acompanhar a evolução dos investimentos ao longo do tempo e como este se relaciona com as metas de lucro da empresa. Por exemplo, se os investimentos aumentaram, a lógica é que as metas sejam batidas.
Mas e na situação em que a empresa aumenta o investimento e ainda não consegue bater as metas? Nesse caso, é preciso analisar novamente onde esses investimentos estão sendo investidos e qual o retorno em cima de cada um deles. Em resumo, calcular o ROI.
Como fazer o cálculo do ROI em logística?
Já vimos que o ROI é calculado pelo valor ganho menos o valor investido, dividido pelo valor investido, multiplicado por 100. Confira a fórmula mais uma vez:
ROI = (Valor ganho – valor investido) / Valor investido x 100
Mas antes mesmo de abrir a calculadora ou a planilha, é preciso que o gestor de frotas tenha muita clareza sobre quais investimentos serão analisados e em relação a qual período. É preciso que o ROI esteja adequado à realidade da frota.
Para isso, é preciso determinar o que deve ser considerado como custo e como ganho.
Custos (valores dos investimentos)
Vamos considerar os valores de custos como o valor de cada investimento realizado para a operação logística da frota.
Na logística, alguns exemplos de investimentos são:
- Consumo de combustível;
- Aquisição de ferramentas e novas peças;
- Pagamentos extras de motoristas;
- Obras e reparos em armazéns e garagens;
- Capacitação de motoristas;
- Manutenção de veículos;
- Softwares e plataformas de tecnologia;
- Gastos com prestadores de serviços;
- Custos com taxas e multas;
- Pagamento de seguros.
Lembre-se que esses pontos são exemplos comuns à maioria das frotas. Mas cada empresa deve avaliar o que deve ser incluído e considerado como investimento, de acordo com sua realidade.
Ganhos (valores obtidos com os resultados)
Quanto aos ganhos da logística de frotas, podemos considerar alguns pontos, como:
- Melhoria do tempo de entrega;
- Redução de custos;
- Otimização de processos;
- Resultados obtidos com a implementação de um sistema de gestão.
Para o cálculo do ROI, o gestor pode fazer a soma total de todo o custo e todos os ganhos ou apenas de um investimento específico.
Exemplo de como calcular o ROI para consumo de combustível
Considere o seguinte:
O setor de logística da sua frota implementou um sistema de roteirização e agora consegue planejar trajetos mais eficientes para reduzir os custos com combustível. O valor investido para essa tecnologia é de R$2 mil por mês.
Sem a roteirização, vamos supor que o gasto mensal com combustível era de R$20 mil.
Com a roteirização, os gastos mensais com combustível reduziram para R$15 mil. Isso significa que o gasto foi reduzido em R$5 mil.
Ou seja, todo mês, são R$5 mil economizados em cima de R$2 mil investidos.
Aplicando a fórmula do ROI, podemos afirmar que o sistema de roteirização traz um retorno de 150% mensal para a frota.
É simples, não é?
Como utilizar o ROI para otimizar a frota?
O cálculo do ROI é recomendado principalmente para avaliar se os recursos da frota estão sendo bem aplicados.
Quando o resultado do ROI estiver abaixo do esperado, é um sinal de que algo na estratégia não está funcionando e a empresa está saindo no prejuízo. Mas atenção: nem sempre um ROI baixo significa um mau investimento.
Existem investimentos que trazem retorno a longo prazo e, dependendo do período que o ROI foi calculado, o resultado pode não ser condizente com a realidade.
Justamente por isso é tão importante conseguir selecionar bem o que é o custo e o ganho. Assim, o ROI terá um resultado verdadeiro para a empresa.
Na logística de frotas, o ROI é um facilitador para identificar e avaliar os processos logísticos da empresa. É uma maneira de reforçar o que funciona bem e corrigir o que não oferece os resultados esperados.
É um dos dados que podem auxiliar o gestor nas melhores decisões e na construção de uma rotina de trabalho orientada ao resultado e à eficiência.
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