*Artigo atualizado 13/06/2024.
Na gestão de frotas, lidar com sinistro veicular é uma realidade que exige conhecimento, preparação e ação rápida.
Desde colisões e furtos até danos causados por fenômenos naturais, os sinistros podem representar não apenas prejuízos financeiros, mas também riscos para a segurança da frota.
De acordo com o levantamento de Acidentes 2024 realizado pela Polícia Rodoviária Federal, foram registrados mais de 11 mil acidentes, sendo 6,3% deles fatais.
No segundo semestre de 2021, segundo o levantamento do SUSEP, quase 3 milhões de sinistros veiculares foram notificados no Brasil, desde cobertura de danos simples até sinistros totais, como roubo ou furto.
Neste guia, vamos explorar tudo o que gestores de frota precisam saber sobre sinistros veiculares: desde o significado e os diferentes tipos de sinistros, até estratégias eficazes para prevenção, identificação e resolução desses eventos.
Se você busca proteger seus ativos, reduzir custos e garantir a segurança de sua equipe, este artigo é indispensável.
Prepare-se para mergulhar no mundo do sinistro veicular e descobrir como sua gestão de frota pode ser aprimorada para enfrentar esses desafios com confiança e eficácia. Vamos lá?
Índice:
O que significa sinistro veicular?
Sinistro veicular é um termo utilizado no contexto de seguros para se referir a qualquer evento adverso envolvendo um veículo automotivo.
Isso pode incluir acidentes de trânsito, roubo, furto, incêndio, entre outros incidentes que resultem em danos ao veículo.
Quando um sinistro veicular ocorre, o proprietário do veículo pode acionar sua seguradora para receber compensação pelos danos sofridos, conforme as condições e coberturas estabelecidas no contrato de seguro.
Além disso, sinistro veicular pode se referir também ao próprio registro ou comunicação desse evento à seguradora.
Isso envolve fornecer todos os detalhes relevantes sobre o ocorrido, incluindo local, data, hora, descrição do incidente e quaisquer outras informações exigidas pela seguradora para processar o pedido de indenização.
O processo de registro de sinistro é essencial para que a seguradora avalie o ocorrido e tome as medidas necessárias para resolver a situação conforme as condições do contrato de seguro.
Definições de sinistro veicular
No contexto dos sinistros veiculares, entender os diferentes níveis de danos é crucial para avaliar a extensão dos prejuízos e determinar as medidas necessárias para reparação ou substituição do veículo.
Esses danos são classificados em três categorias distintas, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN): pequena monta, média monta e grande monta.
Cada uma dessas categorias representa uma escala crescente de gravidade, variando desde danos leves até danos tão severos que tornam a recuperação do veículo inviável.
Além disso, é importante distinguir entre perda parcial e perda total, pois isso influencia diretamente nas decisões tomadas pela seguradora e no processo de indenização ao segurado.
Vamos, agora, definir cada um desses termos para compreender melhor suas implicações em casos de sinistro veicular?
Pequena monta
Pequena monta refere-se a danos leves ou de baixa magnitude em um veículo após um sinistro veicular.
Geralmente, são danos que não afetam significativamente a capacidade de condução do veículo ou sua estrutura principal.
Exemplos incluem arranhões, amassados pequenos, danos em para-choques, entre outros. Em muitos casos, a reparação desses danos pode ser feita de forma rápida e relativamente econômica.
Essa ocorrência recebe uma pontuação de 0 a 20 pontos para automóveis e 0 a 16 pontos para motocicletas, e não é apresentada no documento do veículo.
Média monta
Média monta indica danos de moderada gravidade em um veículo após um sinistro.
Estes danos são mais significativos que os de pequena monta e podem requerer reparos mais extensos e custosos.
Exemplos incluem danos em painéis da carroceria, substituição de partes importantes do veículo (como portas ou para-lamas), entre outros.
No entanto, apesar dos danos, o veículo ainda pode ser recuperável, mas deve passar por uma inspeção de segurança para obtenção do Certificado de Segurança Veicular (CSV) para voltar a circular.
Neste caso, a ocorrência gera uma pontuação de 21 a 30 pontos para automóveis e acima de 16 pontos para motocicletas, adicionada aos registros do documento do veículo.
Grande monta
Grande monta significa danos severos ou extensos em um veículo após um sinistro, que podem torná-lo irreparável ou economicamente inviável de consertar.
Esses danos podem incluir deformações estruturais graves, danos extensos à carroceria, danos em componentes vitais do veículo (como motor, transmissão, chassis), entre outros.
Em muitos casos, o custo de reparo supera o valor de mercado do veículo, levando-o a ser considerado uma perda total.
Esta ocorrência gera uma pontuação acima de 30 pontos para automóveis, podendo comprometer uma futura negociação de seguro do proprietário.
No caso de motocicletas, qualquer dano em dois ou mais componentes gera uma pontuação irreversível.
Perda parcial ou total?
A perda parcial indica que os danos sofridos pelo veículo podem ser reparados, embora possam ser significativos, ou seja, se o valor para conserto for inferior a 75% do valor do veículo.
Nesse caso, a seguradora cobrirá os custos dos reparos necessários para restaurar o veículo à sua condição pré-sinistro.
Já a perda total acontece qundo os danos sofridos pelo veículo são tão extensos que sua recuperação não é viável economicamente, ou seja, os custos de reparo são iguais ou superiores a 75% do valor do veículo.
Nesse caso, a seguradora pode optar por indenizar o proprietário do veículo com o valor do veículo no momento do sinistro, menos qualquer dedução aplicável conforme o contrato de seguro.
Quais são os tipos de sinistro veicular?
Existem diversos tipos de sinistros veiculares, cada um relacionado a diferentes eventos ou circunstâncias que podem afetar um veículo.
Alguns dos tipos mais comuns incluem:
Roubo ou furto
Envolve a subtração ilegal de um veículo por parte de terceiros, seja por meio de violência, ameaça ou de forma sorrateira. Esse tipo de sinistro é coberto por seguros específicos contra roubo ou furto.
Causas naturais
Refere-se a danos causados ao veículo como resultado de eventos naturais, como tempestades, enchentes, granizo, queda de árvores, entre outros.
Muitas apólices de seguro incluem cobertura para danos causados por causas naturais, embora a extensão dessa cobertura possa variar.
Danos a terceiros
Envolve danos materiais ou corporais causados a terceiros em decorrência de um acidente envolvendo o veículo segurado. Isso inclui danos a outros veículos, propriedades ou pessoas.
Geralmente, a responsabilidade civil por danos a terceiros é coberta por seguros de responsabilidade civil obrigatórios ou opcionais.
Colisão
Refere-se a danos causados ao veículo segurado como resultado de uma colisão com outro veículo, objeto fixo ou móvel, como postes, árvores, muros, entre outros.
A cobertura para colisão é uma parte comum das apólices de seguro de automóveis e pode ajudar a cobrir os custos de reparo do veículo segurado.
Esses são apenas alguns exemplos dos tipos de sinistros veiculares mais comuns.
Existem outras circunstâncias e eventos que também podem resultar em sinistros e que podem variar conforme as condições específicas do contrato de seguro e as coberturas selecionadas pelo segurado.
Como saber se o carro já teve sinistro?
Existem algumas maneiras de descobrir se um carro já teve sinistro. Aqui estão algumas delas:
Relatório de histórico do veículo
Existem serviços online que fornecem relatórios de histórico de veículos, que podem incluir informações sobre sinistros anteriores, como acidentes registrados, reparos realizados e outras ocorrências importantes na vida útil do veículo.
Consulta ao Detran
Em alguns países, é possível solicitar informações sobre o histórico de um veículo diretamente ao Departamento de Trânsito (Detran) ou órgão equivalente. Isso pode incluir registros de acidentes e sinistros reportados.
Comunicação com o proprietário anterior
Se você estiver comprando o veículo de um proprietário anterior, pode perguntar diretamente a ele sobre qualquer sinistro anterior ou reparos significativos que o veículo possa ter sofrido.
Inspeção do veículo por um mecânico ou especialista
Um mecânico qualificado ou um especialista em avaliação de veículos pode realizar uma inspeção detalhada do veículo para verificar se há evidências de reparos anteriores, partes substituídas ou outros sinais de que o veículo tenha sofrido um sinistro.
É importante realizar essas verificações antes de comprar um veículo usado, especialmente se você estiver preocupado com sua história de sinistros.
Conhecer o histórico do veículo pode ajudá-lo a tomar uma decisão informada e evitar surpresas desagradáveis no futuro.
É possível retirar o sinistro de um veículo?
Em alguns casos, é possível retirar o registro de um sinistro de um veículo, mas isso depende das leis e regulamentações do país ou jurisdição específica, bem como das circunstâncias do sinistro em questão.
Veja algumas situações em que é possível retirar o registro de um sinistro de um veículo.
Erro na documentação
Se o sinistro foi registrado erroneamente devido a um erro administrativo ou de processamento de dados, é possível corrigir o registro por meio do órgão responsável, como o Departamento de Trânsito (Detran) ou autoridade equivalente.
Recuperação total do veículo
Se um veículo foi declarado como perda total devido a um sinistro, mas depois foi reparado e restaurado ao seu estado original ou próximo a ele, é possível retirar o registro de perda total do veículo, desde que ele atenda aos requisitos legais de segurança e esteja em conformidade com as regulamentações de veículos.
Cancelamento de registros
Em alguns casos, especialmente se o sinistro foi declarado erroneamente ou se houve uma resolução legal que anula a responsabilidade do proprietário do veículo, é possível solicitar o cancelamento do registro de sinistro.
No entanto, é importante observar que os procedimentos para retirar um registro de sinistro variam segundo a jurisdição e as políticas específicas do órgão responsável.
Além disso, nem todos os sinistros podem ser retirados, especialmente se houver evidências substanciais de danos ao veículo ou de eventos que justifiquem o registro do sinistro.
Se você estiver considerando retirar o registro de um sinistro de um veículo, é recomendável entrar em contato com o órgão responsável local para obter orientações específicas sobre o processo e os requisitos aplicáveis.
O que fazer em casos de sinistro veicular?
Em casos de sinistro veicular, como furto e roubo, colisão, incêndio ou enchente, é importante seguir alguns passos básicos para garantir sua segurança e iniciar o processo de resolução do problema.
Confira algumas orientações gerais para cada situação:
Furto e roubo
- Contate as autoridades: primeiramente, ligue para a polícia local para relatar o furto ou roubo do veículo. Forneça o máximo de detalhes possível, incluindo a descrição do veículo, local e horário do ocorrido;
- Informe a seguradora: entre em contato com sua seguradora imediatamente para relatar o sinistro. Forneça todas as informações solicitadas e siga as instruções da seguradora para iniciar o processo de reivindicação;
- Registre um boletim de ocorrência: vá até uma delegacia de polícia para registrar um boletim de ocorrência sobre o furto ou roubo do veículo. Esse documento será necessário para iniciar o processo de reivindicação com a seguradora.
Colisão
- Verifique a segurança: certifique-se de que você e outras pessoas envolvidas na colisão estão seguras. Se houver feridos, chame os serviços de emergência imediatamente;
- Documente o acidente: tire fotos do local do acidente, dos danos nos veículos envolvidos e de qualquer evidência relevante. Anote os detalhes do ocorrido, como data, hora, local, condições climáticas, entre outros;
- Troque informações: troque informações com os outros envolvidos no acidente, incluindo nome, telefone, endereço, número da carteira de habilitação, número da placa do veículo e informações do seguro;
- Informe a seguradora: entre em contato com sua seguradora para relatar o sinistro e fornecer todas as informações relevantes. Siga as instruções da seguradora para iniciar o processo de reivindicação.
Incêndio
- Segurança em primeiro lugar: saia do veículo e afaste-se do local imediatamente. Chame os serviços de emergência, como bombeiros, se necessário;
- Evite riscos: não tente combater o incêndio sozinho, especialmente se não estiver treinado para fazê-lo. Evite se expor a fumaça ou a materiais inflamáveis;
- Registre o incidente: assim que for seguro fazê-lo, tire fotos do incêndio e dos danos causados ao veículo. Isso será útil ao relatar o sinistro à seguradora;
- Relate à seguradora: entre em contato com sua seguradora imediatamente para relatar o incêndio e iniciar o processo de reivindicação. Forneça todas as informações relevantes e siga as instruções da seguradora.
Enchente
- Segurança pessoal: evite entrar em áreas alagadas, pois elas podem representar riscos à sua segurança. Não tente dirigir por meio de águas profundas ou correntezas;
- Documente os danos: quando for seguro fazê-lo, tire fotos dos danos causados ao veículo pela enchente. Isso será útil ao relatar o sinistro à seguradora;
- Relate à seguradora: entre em contato com sua seguradora para relatar os danos causados pela enchente e iniciar o processo de reivindicação. Forneça todas as informações necessárias e siga as instruções da seguradora.
Lembre-se sempre de seguir as instruções das autoridades locais, garantir sua segurança pessoal e documentar o máximo possível sobre o sinistro para facilitar o processo de reivindicação com sua seguradora.
Como reduzir os casos de sinistro veicular na gestão de frota?
Reduzir os casos de sinistro veicular na gestão de frota requer um conjunto abrangente de medidas que abordem a prevenção de acidentes, o treinamento de motoristas, a manutenção preventiva dos veículos e o uso de tecnologia.
A Cobli possui um kit de segurança de frotas completo com 05 ferramentas e 01 guia para que o gestor possa orientar e acompanhar os indicadores de segurança – que incluem os casos de sinistro – para manter a frota da empresa segura e livre de acidentes.
Conheça algumas estratégias que podem ser implementadas para reduzir os sinistros veiculares:
Políticas e procedimentos claros
Estabeleça políticas claras de segurança de condução e procedimentos operacionais para todos os motoristas da frota.
Isso pode incluir limites de velocidade, proibição de uso de dispositivos móveis enquanto estiver dirigindo, políticas de consumo de álcool e drogas, entre outros.
Treinamento de motoristas
Forneça treinamento regular e contínuo em segurança de condução para todos os motoristas da frota.
Isso pode incluir cursos de direção defensiva, conscientização sobre os perigos da distração ao volante, treinamento em condições adversas de direção, entre outros.
Monitoramento e avaliação de desempenho
Implemente sistemas de monitoramento de comportamento de condução, como telemática, para acompanhar o desempenho dos motoristas em termos de velocidade, frenagem brusca, curvas bruscas, entre outros comportamentos de condução arriscados.
Use esses dados para identificar áreas de melhoria e fornecer feedback aos motoristas.
Manutenção preventiva
Mantenha uma programação regular de manutenção preventiva para garantir que os veículos estejam em boas condições de funcionamento.
Isso inclui verificações regulares de pneus, freios, suspensão, sistemas de iluminação, entre outros. Veículos bem mantidos têm menos probabilidade de apresentar falhas mecânicas que poderiam levar a acidentes.
Seleção de motoristas qualificados
Ao contratar novos motoristas, certifique-se de selecionar aqueles com histórico de condução seguro e experiência relevante. Realize verificações de antecedentes e verifique as credenciais de condução antes de contratar novos motoristas para sua frota.
Incentivos para condução segura
Implemente programas de reconhecimento e recompensa para motoristas que demonstram comportamento de condução seguro. Isso pode incluir prêmios por bom desempenho, reconhecimento público ou incentivos financeiros.
Investimento em tecnologia de segurança
Considere investir em tecnologias de segurança, como sistemas de freio automático de emergência, assistência de permanência na faixa, alertas de colisão, câmeras de ré e sistemas de monitoramento de ponto cego.
Essas tecnologias podem ajudar a prevenir acidentes e reduzir os danos em caso de colisão.
Análise de dados e feedback
Analise regularmente os dados de sinistros e incidentes para identificar padrões e tendências. Use essas informações para fazer ajustes nas políticas e procedimentos de segurança, bem como para direcionar o treinamento adicional conforme necessário.
Ao implementar essas estratégias de forma consistente e abrangente, as empresas podem reduzir significativamente os casos de sinistro veicular em suas frotas, promovendo assim a segurança dos motoristas, passageiros e outros usuários da estrada, além de reduzir custos associados a acidentes e danos.
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