Organizar o estoque de maneira eficiente é uma grande dor de cabeça para muitos gestores – mas, felizmente, existem métodos capazes de ajudar esse processo, como a curva ABC de estoque.
Com ajuda desse método, baseado na teoria de um economista italiano, gestores de estoque no mundo todo conseguem definir questões importantíssimas do dia a dia de logística.
Definir posições dos produtos, saber a hora certa de reabastecer, reduzir movimentações e gerir melhor o fluxo de caixa, são muitas as questões que a curva ABC ajuda a resolver.
Nesse texto, vamos falar um pouco mais sobre o que é a curva ABC de estoque e como esse método de gestão pode ajudar sua empresa de logística a se tornar cada vez mais eficiente.
Também vamos falar como você deve calcular a curva ABC na sua operação e mostrar alguns erros que podem ser cometidos ao implementar essa metodologia. Vamos lá?
Índice:
O que é curva ABC? Como ela foi criada?
A curva ABC é uma teoria econômica que ajuda a explicar como alguns recursos costumam estar concentrados.
Ela é baseada na teoria do economista italiano Vilfredo Pareto, que no século XIX, constatou que 80% das riquezas estavam concentradas nas mãos de 20% da população.
Ao longo de sua vida, Pareto encontrou diversos outros exemplos em que a proporção dos 80/20 se mantinha em questões de causa e consequência.
Na logística, essa proporção costuma indicar que cerca de 20% dos itens vendidos por uma empresa podem corresponder a cerca de 80% do faturamento.
A curva ABC, também chamada de curva de Pareto, busca organizar essa ideia em torno de três classes de itens, buscando estabelecer uma lógica para classificar e organizar produtos.
As três classes costumam corresponder a:
- Classe A: cerca de 20% dos itens correspondem a aproximadamente a 80% do faturamento;
- Classe B: cerca de 30% dos itens correspondem a aproximadamente a 15% do faturamento;
- Classe C: cerca de 50% dos itens correspondem a aproximadamente a 5% do faturamento.
Com essa lógica, você consegue entender que há uma prioridade na hora de organizar seu estoque – simplesmente ao descobrir que alguns produtos são mais importantes para sua receita do que outros.
Assim, é possível descobrir que produto você não deve deixar faltar no seu estoque, enquanto outros podem estar ocupando espaço demais.
Também é possível pensar se vale a pena ter novos produtos na sua operação, considerando em que classe ele pode vir a se encaixar.
Como calcular a curva ABC?
Agora que você já entendeu quais são os princípios básicos da curva ABC de estoque, é importante ver como isso se enquadra na sua operação.
Para te ajudar, nós criamos uma planilha que pode te ajudar a classificar os itens.
Para uma análise de curva ABC ser eficaz, é importante levar em consideração os custos dos itens, o faturamento e também o giro – isto é, a velocidade em que um produto é vendido.
Uma boa média para analisar o giro dos produtos é escolher um período determinado, como trimestre, semestres ou anos.
Um período mais longo te permitirá analisar melhor a sazonalidade dos produtos, enquanto um período mais curto vai mostrar prioridades específicas.

Um exemplo: um ovo de páscoa vai vender pouco ao longo de 12 meses, mas é um produto importante no trimestre da Páscoa, de maneira que sua classe pode variar ao longo do ano.
Assim, é importante considerar as previsões de vendas futuras e até mesmo campanhas de marketing que sua empresa deseja executar.
Cada negócio vai ter números diferentes, é importante ressaltar; além disso, vale entender que a curva ABC pode ser usada não só para produtos, mas também matérias-primas, componentes, peças e produtos inacabados.
Com tudo isso em mente, é possível entender quais itens estão em cada classe.
Como funciona a classificação da curva ABC de estoque?
Ok, você já classificou seus itens, mas agora precisa dividir o estoque de acordo com esses rótulos.
Vamos lá: cada classe deve ter um tipo de tratamento diferente no seu estoque.
- Classe A: aqui, os itens devem ter controle rígido de estoque, alocados em áreas seguras e fáceis de acessar; devem ser itens inventariados com frequência e sua empresa deve fazer o possível para evitar que eles faltem;
- Classe B: por serem importantes, eles precisam de uma revisão regular, mas sem um rígido controle como no caso da Classe A: fique atento ainda para eventuais variações de demanda, que podem fazer esses itens ser menos (Classe C) ou mais (Classe A) demandados;
- Classe C: não precisam ser controlados rigorosamente e provavelmente, não serão inventariados com frequência; podem ficar fora de estoque em alguns casos.
Quais são as vantagens de usar uma curva ABC na gestão de estoques?
Existem diversas vantagens para usar uma curva ABC na gestão do seu estoque.
Antes de tudo, porque ela ajuda a otimizar o estoque, mantendo os custos da cadeia de suprimentos sob controle.
Se esse controle está fora do ideal, a empresa pode estar gastando mais do que o esperado com produtos que tem pouca saída, além do custo de armazenagem.
Por outro lado, se um produto está em falta no estoque, a empresa tem prejuízo financeiro e até mesmo intangível, ao não atender bem um cliente.

Assim, um dos objetivos da análise da curva ABC é garantir a saúde financeira de uma empresa, permitindo que os gestores foquem nos produtos da classe A, mais importantes, em vez dos muitos itens triviais da classe C.
Assim, é possível direcionar o capital de giro para onde há maior chance de ter retorno sobre o investimento, além de criar estratégias para dar saída aos itens C.
Além da otimização do estoque, é possível citar algumas outras vantagens da curva ABC de estoque, como:
- Gerenciamento de vida útil: a curva ABC do estoque ajuda empresas a evitar que produtos vão além da data de validade, especialmente no caso dos itens C, que tem menor giro;
- Negociação de fornecedores: ao conseguir identificar quais produtos são mais importantes, os gestores podem focar nas negociações de preços com os fornecedores dos produtos que têm maior faturamento, otimizando as operações;
- Estoque e demanda em sintonia: não adianta nada ter um estoque organizado se ele não estiver bem conectado com a demanda dos consumidores; é preciso que as vendas e as compras dos fornecedores estejam alinhadas, seja para atender melhor aos clientes ou evitar gastos desnecessários;
- Preços estratégicos: ao conseguir organizar e otimizar o estoque, bem como as negociações, a curva ABC ajuda a empresa a estruturar melhor seus preços, podendo fazer reajustes para aumentar o faturamento, o lucro ou a atração de clientes;
- Logística otimizada: dependendo da operação, agilidade é um item importantíssimo; se o estoque está organizado de acordo com a curva ABC, itens de maior giro tem localização mais acessível, podendo ser escoados e enviados mais rapidamente.
Quais são os principais erros na hora de usar uma curva ABC de estoque?
Adotar uma curva ABC de estoque pode ajudar muito na otimização do dia a dia das empresas, mas, ao mesmo tempo, é também importante tomar cuidado para evitar armadilhas.
Algumas questões, bastante comuns no dia a dia das empresas, podem acabar atrapalhando a otimização do estoque – entre elas, estão:
- Compras de oportunidade: às vezes, fornecedores podem oferecer promoções em itens específicos ou em compras por grande volume; no entanto, é importante considerar se esse custo mais barato de aquisição é compensado pelo tempo médio de venda e o montante de capital de giro que vai ser empenhado;
- Validade, novidade e sazonalidade: alguns itens são mais atrativos em épocas específicas, tem validade ou podem sair de moda muito rapidamente; é importante avaliar essas questões na hora de fazer aquisições;
- Revisão frequente da curva ABC: como dizia o poeta, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e às vezes, certos produtos mudam de classe de acordo com o comportamento do consumidor. É importante revisar frequentemente a curva para evitar que você esteja subestimando ou superestimando a importância de um item.
Agora que você já sabe o que é uma curva ABC e sabe bem como ela pode ser usada no estoque, que tal começar a organizar o seu? Os resultados podem ajudar muito a sua empresa!
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