6 dicas para fazer planejamento financeiro na sua empresa

Qual a relação entre um sistema de gestão de transporte e um sistema de simulação?

O custo de frete está entre os mais representativos em diversos segmentos no Brasil. Para redução desles há dois sistemas extremamente relevantes, o sistema de simulação e o sistema de gestão de transporte.

Antes de detalhá-los, vale a pena ressaltar que uma decisão na gestão de frotas pode ser classificada segundo 3 níveis: Estratégico, Tático e Operacional. Os primeiros níveis correspondem à decisões a longo prazo, como por exemplo definição da rede logística e propriedades da frota; O nível tático está ligado ao planejamento de transporte a médio prazo como o estabelecimento de premissas para geração de roteiros por exemplo. O terceiro nível, operacional, está relacionado a atividades de roteirização, consolidação de cargas, etc.

Vamos tomar como exemplo uma empresa de telecomunicações que possui técnicos com finalidade de prestar diversos serviços na parte de instalação e manutenção de equipamentos. Uma decisão em nível estratégico seria escolher uma frota própria ou terceirizada; no nível tático a decisão seria a de determinar a quantidade da frota (número de veículos) para cobrir a demanda dentro de um nível de serviço estipulado; já no nível operacional, teria de ser decidido qual seria a melhor alocação e roteiro desta frota para o atendimento de diversas chamadas.

É importante ressaltar que todos os níveis de decisão são igualmente importantes e impactantes em um negócio. Normalmente pensa-se que somente as decisões “Estratégicas” são importantes pois estas teriam maior “abrangência”; no entanto é preciso lembrar que a frequência de tomada de decisões operacionais é inúmeras vezes maior do que a frequência de uma decisão estratégica, de modo que várias más decisões operacionais podem levar à falência – enquanto se toma uma única decisão estratégica, milhares e milhares de decisões operacionais são tomadas.

Sistemas

Para auxiliar na correta tomada de decisão, existem alguns sistemas de tecnologia da informação (TI). Segundo Banzato (2005) um sistema de gerenciamento de transporte (Transportation Management System) possui vários módulos como sistema de gestão de frotas, gestão de fretes, roteirização, programação de cargas, telemetria veicular, controle de tráfego e rastreamento, dentre outros. Está claro que sua utilização está mais focada no nível operacional, já que decisões baseadas nestes devem ser realizadas com periodicidade pequena (todo dia, toda semana, etc).

Outro sistema muito importante de TI são os sistemas de simulação. De acordo com Chwif e Medina (2015) a simulação pode determinar qual a melhor política de transporte através da construção de um modelo que representa ou representará um sistema real. Tipicamente eles suportam decisões nos níveis tático e estratégico. A figura 1 ilustra um modelo de simulação construído no software de simulação Simul8. Este modelo representa o sistema de aluguel de bicicletas em Londres e permite que se simule várias alternativas de redistribuição destas por vans, dimensionando o número de vans de distribuição mediante a diversas políticas.

Um modelo de simulação pode considerar uma série de variáveis importantes à operação. Por exemplo: tempos de deslocamento, paradas e esperas de veículos, considerando suas variabilidades (variações aleatórias) para que os resultados fiquem mais próximos da realidade. Como consequência é possível avaliar efetivamente os KPI (Key Performance Indicators) de uma operação como: porcentagem dos tempos de clientes atendidos em menos de 8 horas, taxa de utilização efetiva da frota e inúmeros outros indicadores, permitindo que se consiga dimensionar corretamente, por exemplo, o número de veículos desta frota. Normalmente os métodos clássicos de dimensionamento de frota (planilhas Excel) possuem um erro de cerca de 40-50% – enquanto que a simulação possui precisão de mais de 90%-, levando ao subdimensionamento ou ao superdimensionamento da frota, sendo que este último normalmente não é percebido na operação depois da sua implantação, pois os indicadores de nível de serviço ficam adequados, mas a um custo muito maior.

De acordo com Primo (2017), um caso da Liquigás Distribuidora ilustra as vantagens da utilização destes sistemas com bastante clareza. Um programa voltado à locação dos caminhões proporcionou uma redução de nove veículos na frota. Além disso, o uso de softwares de simulação e modelagem de cenários possibilitou a eliminação de outros quatro. Outra ação que merece destaque na operação é a implantação dos sistemas de programação e otimização nas entregas do pequeno granel, que permitiu uma redução de 4% na quilometragem rodada pelos veículos voltados ao segmento

Sistema de simulaçãoFigura 1: Modelo de Simulação da distribuição de bicicletas em Londres, utilizando o software Simul8 (fonte: http://www.yousimul8.com/watch.php?x=4cea906e79032)

Mas a pergunta inicial ainda não foi respondida: Qual a relação entre um sistema de gestão de transporte e um de simulação? Na realidade eles atuam como via de mão dupla (vide figura 2). Primeiramente, pode-se se usar um sistema de gestão de frota já implementado como fonte de informações de confiança para um sistema de simulação, fornecendo informações essenciais para tomada de decisões no nível estratégico. No planejamento tático, utiliza-se o software de simulação para determinar por exemplo o número e tipo ideal de veículo para determinada operação; depois da operação implantada o sistema de gerenciamento de transporte irá acompanhar e avaliar diversos indicadores operacionais para poder se tomar as melhores decisões. Com base nos dados operacionais atualizados obtidos com os softwares de gestão de transportes, novos cenários de melhoria podem ser configurados e realimentar o modelo de simulação para testar se estes novos cenários irão funcionar e efetivamente promover melhorias na operação real. Em outras palavras há um casamento perfeito entre os sistemas de simulação e de gerenciamento de transportes.

simulação e gestão de frotasFigura 2: Relação entre um sistema de gestão de transporte e um de simulação

Desta maneira sempre que for tomar decisões sejam elas táticas ou operacionais, os sistemas de TI exercem um papel fundamental pois fazem com que estas sejam efetivamente baseadas em fatos e dados, eliminando achismos ou suposições.

Referências:

Banzato, E. “Tecnologia da Informação aplicada à Logística”, Imam, 2005.
Chwif , L; Medina, A.C. ”Modelagem e Simulação de Eventos Discretos”, Ed. Campus, 4ª edição, 2015.
Primo, L. B. “Benefícios da Gestão de Frota”. Revista IMAM_Logística, 2017. Disponível em: http://www.imam.com.br/logistica/noticias/2929-beneficios-da-gestao-de-frota?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=boletim_250517. Acesso em 25/05/2017

Escrito por: Leonardo Chwif, mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e doutor pela USP / Brunel University (U.K). Trabalhou no CASM (Centre for Applied Simulation Modelling), na Universidade de Brunel (Reino Unido) como pesquisador visitante em Simulação de Processos. Depois de graduação, Leonardo trabalhou em várias empresas de grande porte como Mercedes-Benz e Multibrás Eletrodomésticos nas áreas de simulação, tendo realizado mais de 150 projetos de simulação. Leonardo possui inúmeros artigos em periódicos e conferências nacionais e internacionais. Ele é diretor da empresa Simulate Tecnologia de Simulação, empresa de consultoria localizada em São Paulo.

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