Existe uma equação no mundo da logística que, às vezes, é complicada de se resolver. De um lado, empresas que não têm frota própria buscam profissionais para realizar a entrega de suas cargas. Do outro, caminhoneiros autônomos buscam fretes para conseguir faturar. Para que essas duas figuras se encontrem, existe uma fórmula – ou melhor, um profissional – que resolve a equação: o agenciador de cargas. Neste texto, você vai entender o que é e o que faz esse profissional, quais as vantagens e as desvantagens de utilizar seus serviços e também como a tecnologia está alterando seu papel.
Índice:
O que é um agenciador de cargas?
Agenciador de cargas é o nome dado ao intermediário que ajuda uma empresa a encontrar um caminhoneiro para fazer suas entregas – e vice-versa. É um papel que pode ser exercido de dois jeitos:
- Agenciador: profissional autônomo, que normalmente fica nos grandes terminais de carga do País, onde há enorme oferta de motoristas. Ao ser contatado por uma empresa, ele busca o carreteiro ou caminhoneiro correto.
- Agência de Cargas: empresa que desempenha o mesmo papel de um agenciador, mas com uma estrutura maior e capilarizada. Importante não confundir a agência de cargas com a transportadora – esta última tem seus próprios motoristas e é responsável pelo frete, enquanto a agência faz apenas a intermediação.
O que faz um agenciador de cargas?
O agenciador de cargas, seja ele um autônomo ou uma empresa, tem a responsabilidade de encontrar o profissional certo para levar uma carga da origem até o destino. Tudo começa quando ele recebe um pedido: é preciso levar em consideração os detalhes sobre a carga, as necessidades da distribuição e os recursos que a empresa busca – se é uma carga seca, por exemplo, não adianta contratar um caminhoneiro que tem um caminhão frigorífico.
Com os dados em mãos, o agenciador busca o transporte ideal para o cliente. Seu trabalho, porém, não se encerra aí: caso aconteça algum sinistro, atraso ou acidente, ele também pode ser responsabilizado – ou, pelo menos, acionado – pelo contratante para ajudar a solucionar o problema.
O serviço do agenciador de cargas, porém, está longe de ser gratuito. Eles cobram dos caminhoneiros uma comissão sobre os fretes – que, via de regra, têm seu valor tabelado. Há duas formas diferentes dessa comissão ser cobrada: um percentual sobre o valor do frete (que varia entre 10% e 30%) do total recebido ou um valor fixo (entre R$ 100 e R$ 1,2 mil, dependendo da rota e da negociação). Para alguns motoristas, isso é um grande motivo de queixas, uma vez que a comissão do agenciador, junto a gastos como combustível e pedágio, podem não compensar o trabalho, tornando o transporte inviável.
Qual é o salário de um agenciador de cargas? Quanto ganha esse profissional?
Essa é uma pergunta difícil de responder: por ganhar comissões a partir dos fretes que negocia, o agenciador de cargas pode ter ganhos muito variados ao longo do mês. Para os profissionais que trabalham junto a uma agência de cargas, em regime CLT, porém, há salários base, que costumam girar entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil, dependendo da experiência do profissional e onde ele atua.
Como atuar como agenciador de cargas?
Não existe uma formação específica para quem deseja atuar como agenciador de cargas. O profissional, porém, precisa ter conhecimento de como funcionam diversos tipos de transportes e terminais; como as cargas se movimentam e qual é a infraestrutura nacional e internacional de transporte. Também é necessário saber a legislação de transportes, portos e aduanas, a documentação correta, bem como quais são as responsabilidades por conta de acidentes e qual a classificação fiscal correta das mercadorias. Além disso, é preciso desenvolver uma boa rede de contatos, tanto de empresas quanto de caminhoneiros autônomos.
Quais são as vantagens do uso de um agenciador de cargas?
Há diversas vantagens em se utilizar os serviços de um agenciador de cargas. A seguir, confira algumas delas – mais frequentes para as empresas do que para os caminhoneiros.
- Redução de custos: para as empresas, contratar um agenciador de cargas pode ser interessante para reduzir o custo de captação de profissionais adequados. Já a contratação de caminhoneiros autônomos dá às companhias uma estrutura menos burocrática. Em vez de contratar profissionais sob o regime CLT, é possível empregá-los de acordo com a demanda, considerando as sazonalidades do mercado. Também não é necessário considerar os custos de manutenção dos veículos, uma vez que eles são propriedade dos motoristas.
- Melhoria no fluxo de atividades: profissionais experientes, os agenciadores são capazes de fazer um fluxo eficiente das atividades de frete. Com uma boa rede de contatos, eles conseguem ajudar as empresas a aproveitarem bem uma grande quantidade de motoristas, com diferentes tipos e tamanhos de caminhões.
- Distribuição inteligente e econômica: ao serem empregados, os agenciadores retiram uma tarefa complicada das mãos de profissionais, dentro das empresas, que tem muito com o que se ocupar. No caso da integração de diversos modais, eles também são capazes de fazer isso, unindo, por exemplo, caminhões ao transporte rodoviário ou naval.
E quais são as desvantagens de utilizar o agenciador de cargas?
Nos últimos tempos, porém, a figura do agenciador de cargas tem sido bastante criticada por alguns elementos do mercado de frete. A seguir, algumas das desvantagens de contratá-los, normalmente pela visão dos caminhoneiros:
- Taxas e comissões com custo elevado: como já vimos, alguns agenciadores de cargas costumam cobrar comissões de até 30% para conectar empresas e fretistas. É algo que, para muitos motoristas, faz o frete não valer a pena, uma vez que rendem pouco, depois que descontados os gastos com a comissão, combustível, pedágio, estadia e alimentação na estrada.
- Dificuldade de negociação: outro ponto é que agenciadores de cargas podem favorecer determinados profissionais ou contratantes, sem seguir critérios objetivos, mas sim o de seus interesses próprios.
- Fretes com valores reduzidos: em um cenário em que o custo do frete cai, seja por tabelamento ou pela baixa demanda, o agenciador de cargas pode alterar sua posição no mercado, por acreditar não ser vantajoso negociar – afinal, vale lembrar, ele ganha uma comissão sob o frete.
Como a tecnologia pode ajudar o caminhoneiro?
Como tem se tornado praxe nos últimos anos, empresas de tecnologia têm buscado entrar em setores onde há falhas de mercado – como a disparidade de interesses entre os agenciadores de cargas e os caminhoneiros.
Há um grupo de startups no Brasil, por exemplo, que busca servir como um substituto dos agenciadores de carga, utilizando aplicativos. Por meio desses programas, empresas que buscam caminhoneiros podem fazer suas ofertas e os profissionais são livres para responder às demandas – de forma muito semelhante ao que acontece com o Uber, graças a smartphones e uma conexão com a internet. Entre os destaques desse setor, estão nomes como CargoX e TruckPad.
Além disso, uma série de softwares também pode auxiliar os caminhoneiros a prestar um serviço melhor para as empresas. Programas de monitoramento, como o da Cobli, podem ajudar os motoristas a garantirem a seus contratantes o nível de segurança e eficiência desejado para as cargas, sem necessariamente passar por um intermediário.
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