Fazer o cálculo de custo de transporte é uma das atividades mais importantes para gestores de frota e profissionais de logística.
Qualquer pequeno erro pode gerar prejuízos para a empresa, seja por cobrar menos do que o devido ou por afastar clientes com preços elevados.
Cada empresa tem seu próprio método de calcular o custo de transporte, baseado em suas características, no serviço prestado e nos custos operacionais.
No entanto, existem ferramentas que auxiliam os gestores a evitar erros no cálculo e a estabelecer um frete justo.
Uma dessas ferramentas é a Tabela de Frete da ANTT. Não sabe o que é a Tabela de Frete da ANTT nem como utilizá-la? Fique tranquilo, a gente explica!
Neste artigo, vamos explicar o que é essa ferramenta e como ela pode ajudar a calcular o custo de transporte de forma eficiente.
E mais: também vamos listar tudo o que você precisa considerar ao calcular o custo de transporte. Continue a leitura e confira!
Índice:
Cálculo de custo de transporte: o que é a Tabela de Frete da ANTT?
Antes de tudo, é importante entender o que é a ANTT, certo?
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é um órgão federal vinculado ao Ministério da Infraestrutura, responsável por regular, supervisionar e fiscalizar os serviços de transporte e a infraestrutura de transportes no Brasil.
Seu objetivo é manter um ambiente de negócios equilibrado, atendendo tanto os prestadores de serviços quanto os trabalhadores do setor e o público.
A Tabela de Frete da ANTT faz parte da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, criada em 2018 para orientar o cálculo do custo de transporte com valores pré-definidos.
A política foi estabelecida pela Medida Provisória nº 832, que surgiu após a greve dos caminhoneiros de maio daquele ano, que paralisou o país em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis.
A MP estabeleceu que a Política Nacional de Pisos Mínimos tem como objetivo:
- Promover condições justas para o transporte rodoviário de cargas no Brasil, por meio de uma tabela semestral da ANTT, com valores por quilômetro rodado, por eixo carregado, considerando carga, custos de óleo diesel e pedágios. A fixação dos preços inclui a participação de cooperativas e sindicatos.
A MP foi convertida na Lei 13.703/2018. Essa política atendeu algumas demandas dos grevistas, como a responsabilidade de quem contrata o transporte de pagar pelo retorno do caminhão vazio.
Além disso, a Tabela de Frete seria ajustada sempre que o preço do óleo diesel subisse 10%, mas isso mudou, como veremos no próximo tópico.
A Tabela de Frete da ANTT é atualizada semestralmente, com publicações até os dias 20 de janeiro e 20 de julho, informando os valores válidos para o semestre.

O que mudou na Tabela de Frete da ANTT?
Em 2024, a Tabela de Frete foi alterada duas vezes.
Primeiro, em janeiro, quando foi publicada no Diário Oficial da União, a Resolução 6.064/2024, que determinou o reajuste médio de 9,64%.
Menos de dois meses depois, devido ao aumento de 24,58% no preço do diesel, a tabela foi novamente atualizada e os fretes foram reajustados entre 11% e 14%.
A nota foi divulgada em 19 de março e considerou o aumento de 24,58% no preço do diesel, o que resultou em reajustes entre 11% e 14% nos fretes.
Para 2025, a ANTT implementou atualizações visando refletir os custos operacionais reais do transporte rodoviário de cargas. As principais mudanças incluem:
Os coeficientes dos pisos mínimos de frete foram revisados com base em pesquisas de mercado, considerando os custos reais de insumos como combustível e manutenção.
Agora é obrigatório declarar o valor do frete nos documentos fiscais de transporte. A omissão ou declaração de valor inferior ao piso mínimo resulta em uma multa de R$ 550,00.
Como usar a Tabela de Frete da ANTT para o cálculo de custo de transporte?
Se você não se dá bem com tabelas, não se preocupe! A ANTT disponibiliza uma calculadora de frete.
Em vez de se perder em tabelas complexas, basta inserir as seguintes informações para calcular o custo de transporte:
- Tipo de carga (geral, granel pressurizada, neogranel, conteinerizada, frigorificada, perigosa, etc.);
- Número de eixos do veículo;
- Distância em quilômetros;
- Se a entrega será feira por uma composição veicular (veículo automotor + implemento);
- Se o veículo é de alto desempenho;
- Se o veículo voltará vazio.
Depois é só clicar em calcular! Vamos a um exemplo para ilustrar:
Se você for transportar uma carga neogranel em um caminhão de quatro eixos (sem alto desempenho ou composição veicular) por 480 km e o caminhão voltar vazio, a calculadora indicará um valor mínimo de R$ 3.931,31.
Mas lembre-se: esse é apenas um valor sugerido. Verifique se ele cobre todos os custos da operação e garante seu lucro. Vamos mostrar como fazer isso no próximo tópico!

Quais são os custos de transporte e como minimizá-los?
Na hora de fazer o cálculo de custo de transporte é necessário conferir se o frete mínimo sugerido pela Tabela da ANTT é suficiente para cobrir os gastos com combustível, pedágio, alimentação e hospedagem do motorista.
Para evitar prejuízos, veja abaixo o que considerar ao calcular o custo de transporte.
Passo 1: planeje sua rota
Antes de começar os cálculos, você precisa saber quantos quilômetros vai percorrer e que rota vai usar.
Para viagens pessoais, aplicativos como o Google Maps ou o Waze são úteis. No entanto, para viagens profissionais, é melhor contar com um sistema de roteirização.
Esses sistemas planejam rotas considerando várias variáveis, como número de paradas, condições de trânsito, restrições de circulação para veículos pesados e horários disponíveis para o cliente receber a carga.
A Cobli oferece um dos melhores sistemas de roteirização do mercado, que ajuda a reduzir custos com combustível, aumentar a previsibilidade das entregas e melhorar a eficiência da frota. Com ele, você pode inserir as informações necessárias e gerar a rota ideal.
Nosso sistema permite até 300 paradas e a opção de escolher entre a rota mais curta, para economizar distância, ou a mais rápida, para otimizar o tempo na estrada.
Saiba mais sobre a Cobli e descubra como nosso sistema pode facilitar sua jornada!
Passo 2: calcule os gastos com combustível
Para calcular o gasto com combustível, primeiro você precisa saber quantos quilômetros seu veículo percorre por litro.
Em rodovias, esse número tende a ser maior do que nas cidades, já que o tráfego é mais fluido e não há paradas constantes.
Os fabricantes geralmente informam o rendimento do veículo tanto em áreas urbanas quanto em rodovias.
Com essa informação, você pode calcular o custo do combustível: basta multiplicar a distância a ser percorrida pela quantidade de litros que o veículo consumirá.
Se a viagem for longa e envolver paradas para abastecimento, é importante verificar os preços de combustível ao longo do trajeto. Essa informação pode ser consultada no site da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Passo 3: inclua na conta os custos dos pedágios
Ao calcular o custo de transporte, é essencial considerar os pedágios. O valor de cada pedágio varia conforme o tipo de veículo, já que a cobrança depende do número de eixos.
Para incluir esses custos, você precisa saber quantas praças de pedágio estará enfrentando durante a viagem. Essa informação pode ser consultada no site da ANTT.
Lembre-se de adicionar também os pedágios da ida e da volta no cálculo para um valor completo e preciso.
Passo 4: inclua os gastos extras na conta
Após calcular os custos com combustível e pedágio, não se esqueça de adicionar outros gastos, como hospedagem e alimentação.
A Lei do Descanso (13.103/2015) determina que o motorista deve descansar no máximo 12 horas por jornada e garantir 11 horas de descanso ininterrupto entre as viagens.
Por fim, é muito importante considerar também os custos com hospedagem e alimentação. Calcule quantas noites o motorista passará na estrada e reserve um orçamento compatível para refeições diárias.
Então, calcule quantas noites o motorista passará na estrada e reserve um orçamento para pelo menos três refeições por dia.
Caso o motorista precise usar dinheiro próprio para despesas imprevistas, é importante que sua empresa tenha uma política clara de reembolso.
Para ajudar com isso, a Cobli oferece uma planilha para cálculo de reembolso por quilômetro rodado.
Agora você está pronto para calcular o custo de transporte corretamente e utilizar a Tabela de Frete da ANTT de forma eficiente. Bom trabalho!
Esta publicação te ajudou? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.
Perguntas frequentes sobre cálculo de custo de transporte:
Existe uma fórmula básica para calcular o custo de transporte?
Sim. O cálculo parte da soma de custos fixos (como depreciação, seguros, salários) e custos variáveis (combustível, pedágio, manutenção) divididos pela quilometragem ou volume transportado. Essa base mostra o custo real da operação.
Quais variáveis não podem ficar de fora desse cálculo?
Entre as principais estão: combustível, manutenção, pneus, pedágios, depreciação, salários, seguros e impostos. Ignorar qualquer uma delas pode distorcer o custo e comprometer a margem do frete.
Como considerar o retorno vazio no custo de transporte?
O ideal é incluir o trecho de volta sem carga no cálculo, já que ele também gera despesas. Muitas empresas diluem esse valor nos fretes ou buscam otimizar rotas para reduzir percursos sem aproveitamento.
Quais KPIs posso acompanhar para manter o custo de transporte sob controle?
Que tecnologias podem deixar esse cálculo mais confiável?
Softwares de gestão de frota, sistemas de telemetria e planilhas integradas automatizam a coleta de dados e reduzem erros. Com isso, o gestor ganha relatórios precisos e consegue tomar decisões rápidas.





